Quem é Claudia Sheinbaum, eleita nova presidente do México

Sheinbaum, de 61 anos, cresceu em uma família de esquerdistas de classe média alta na Cidade do México. Ela estudou balé e francês. Sua mãe era professora de biologia e seu pai, engenheiro químico

Claudia Sheinbaum, ex-governadora da Cidade do México, será a primeira mulher a governar o México em mais de 200 anos de independência do país Foto: Gregorio Ramirez/Wikimedia Commons
Claudia Sheinbaum, ex-governadora da Cidade do México, será a primeira mulher a governar o México em mais de 200 anos de independência do país Foto: Gregorio Ramirez/Wikimedia Commons

Claudia Sheinbaum, ex-governadora da Cidade do México, será a primeira mulher a governar o México em mais de 200 anos de independência do país. Ela obteve uma folgada vitória — de cerca de 30 pontos de vantagem — em uma eleição considerada um referendo sobre as políticas esquerdistas do presidente Andrés Manuel López Obrador, seu mentor.

Sheinbaum, de 61 anos, cresceu em uma família de esquerdistas de classe média alta na Cidade do México. Ela estudou balé e francês. Sua mãe era professora de biologia e seu pai, engenheiro químico.

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Os avós de Sheinbaum eram imigrantes judeus lituanos e búlgaros que fugiram da perseguição na Europa no início do século 20. Sheinbaum recorda das celebrações dos feriados judaicos na casa dos avós quando era menina, mas ressalta que a educação em sua casa foi secular. A sua origem judaica não surgiu como uma questão durante a campanha eleitoral.

Ela acompanhou seu primeiro marido, o líder estudantil de esquerda Carlos Imaz, para morar em São Francisco, nos EUA, de 1991 a 1995. Ela se juntou a um grupo de cerca de uma dúzia de jovens estudantes de pós-graduação que faziam campanha pelo direito dos mexicanos que viviam no exterior votarem nas eleições mexicanas, disse Gaspar. Rivera, outro ativista. O México concedeu esse direito em 2005, e mais de 250 mil mexicanos que vivem fora do seu país, a maioria nos EUA, puderam votar nas eleições de domingo (2).

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Rivera relembra reuniões com Sheinbaum e outros ativistas nos escritórios do sindicato dos zeladores em São Francisco. “Ela levava os dois filhos para as reuniões, que mais pareciam seminários de pós-graduação do que reuniões políticas”, lembrou ele. Sheinbaum também ajudou a organizar os catadores de cerejas migrantes mexicanos na Califórnia.

Durante os anos de Sheinbaum na Bay Area, ela fez cursos de pós-graduação em eficiência energética na Universidade de Stanford e na Universidade da Califórnia em Berkeley. Ela também conduziu pesquisas de pós-doutorado no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley.

A carreira política de Imaz terminou após a divulgação de um vídeo em 2004 que o mostrava aceitando maços de dinheiro de um empresário com contratos governamentais da Cidade do México.

Na época, o presidente Andrés Manuel López Obrador era o governador da Cidade do México, Sheinbaum era a secretário de Meio Ambiente da cidade e Imaz era uma autoridade eleita que representava um bairro da Cidade do México. Mais tarde ele perdeu o mandato.

O casal se divorciou em 2016 e Sheinbaum se casou com um amigo de faculdade, Jesús María Tarriba, que trabalha no Banco Central do México.

Em 1º de julho de 2018, Sheinbaum foi eleita para um mandato de seis anos como chefe de governo da Cidade do México, derrotando outros seis candidatos. Foi a primeira mulher eleita a comandar uma das maiores metrópoles do planeta, com uma população de mais de 9 milhões de pessoas.

Sua filha, Mariana Imaz, estudou filosofia e literatura comparada na Espanha e na Califórnia. Seu enteado, Rodrigo Imaz, é cineasta.

Sheinbaum, que recebeu seu Ph.D. na Universidade Nacional do México, gosta de ser tratado com o título honorífico “Dra.” Ela é reservada, escreve seus próprios discursos e prefere apresentações em PowerPoint.

Durante a campanha para a Presidência, Sheinbaum insistiu em relembrar sua formação científica. Em uma entrevista à Associated Press em 2023, afirmou: “Acredito na ciência”.

Com informações do Valor Econômico

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