Putin convoca reservistas e ameaça “usar todos os meios” para proteger a Rússia
Líder russo disse que era 'o último aviso' para o Ocidente
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou uma mobilização parcial de reservistas no país nesta quarta-feira, arriscando uma medida profundamente impopular que segue uma série de reveses humilhantes para suas tropas quase sete meses após a invasão da Ucrânia.
O comentário do presidente russo movimentou os ativos nesta quarta-feira. Em dia em que o Federal Reserve (Fed) deve decidir sua política monetária, o dólar no exterior registrou um salto, quebrando novamente o patamar mais alto em mais de 20 anos, enquanto o ouro, que seguia fraco nas últimas sessões, conseguiu recuperar parte das perdas.
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É a primeira mobilização na Rússia desde a Segunda Guerra Mundial e certamente alimentará ainda mais as tensões com os apoiadores ocidentais da Ucrânia. A medida também fez os russos correrem para comprar passagens de avião para fora do país.
O líder russo, em um discurso televisionado de sete minutos para a nação, transmitido na manhã de quarta-feira, alertou o Ocidente que ele não está blefando ao usar todos os meios à sua disposição para proteger o território da Rússia, no que parecia ser uma referência velada à capacidade nuclear da Rússia. Putin já havia alertado o Ocidente para não colocar a Rússia contra a parede e repreendeu os países da Otan por fornecerem armas para ajudar a Ucrânia.
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O número total de reservistas a serem convocados pode chegar a 300 mil, disseram autoridades.
Em seu discurso, que foi muito mais curto do que discursos anteriores sobre a guerra na Ucrânia, Putin acusou o Ocidente de se envolver em “chantagem nuclear” e observou “declarações de alguns representantes de alto escalão dos principais integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre a possibilidade de usar armas nucleares destruição em massa contra a Rússia”.
A apropriação de território e escalada militar de Putin vem na esteira de uma contra-ofensiva ucraniana nas últimas semanas, com as piores derrotas para as tropas russas desde os primeiros meses do conflito e a retomada de mais de 10% da área que a Rússia detinha.
Não está claro se a convocação será suficiente para retardar os avanços da Ucrânia. Kiev agora tem mais tropas com armas avançadas fornecidas pelos EUA e seus aliados.
Na mais explícita ameaça desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que pode usar armas nucleares contra países que interferem na guerra. Ele disse que este era “o último aviso” para o Ocidente.
Putin disse que sua resposta a qualquer um que “ameace” a estratégia da Rússia será “rápida como um relâmpago” e mortal.
Ele fez as declarações a políticos em São Petersburgo: “Se alguém de fora pretende interferir no que está ocorrendo, deve saber que isso se constitui numa ameaça estratégica inaceitável para a Rússia.
“Temos todas as armas de que precisamos para isso. Ninguém pode se gabar dessas armas, e nós não vamos nos gabar delas. Mas vamos usá-las”, declarou.