Presidente do Bradesco diz que inflação deve começar a ficar ‘mais controlada’ a partir de 2023
Octavio de Lazari Junior acredita também que a taxa de juros 'só poderá ser reduzida no ano que vem'
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, acredita que a inflação vai continuar persistente neste ano todo globalmente e começará a ficar mais controlada a partir do ano que vem, no Brasil em especial.
O executivo, que participa no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Alpes suíços), constata que o mundo todo está preocupado com o que está acontecendo com o fornecimento das cadeias globais de suprimentos, e que isso trás uma expectativa de continuidade da inflação por mais tempo.
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“E isso de fato deve acontecer. Até que você restabeleça todas as cadeias de suprimento global, que é o que precisa acontecer efetivamente, para que você tenha o melhor controle da inflação.” Ele observou que hoje a inflação é de oferta, não de demanda. A partir do momento que se restabelece as cadeias de suprimentos globais, se tem uma maior oferta e isso traz a inflação para baixo.
Indagado sobre uma visão em Davos de que o restabelecimento das cadeias de valor não vai acontecer tão cedo nem de forma tão fácil, Lazari respondeu: “Sim. Porque você tem o problema da pandemia, que tem uma influência relevante, tem o problema da guerra [da Ucrânia], que também tem influência importante, porque tanto a Ucrânia quanto a Rússia são produtores importantes de matéria prima e de produtos exportáveis, e então por isso você tem maior dificuldade. Mas acho que isso se resolve”.
Sobre o Brasil, ele estimou que a taxa de juros no país “deve subir mais um pouquinho neste ano, ao longo do segundo semestre ela deve permanecer estável”. O executivo disse acreditar que a taxa de juros “só poderá ser reduzida a partir do segundo semestre do ano que vem’. Perguntado sobre até quanto ela deve chegar, observou: “Está em 12,75%, (deve chegar) a 13,5%. A inflação deve subir mais um pouquinho, deve ficar ao redor de 10%, 11% no máximo até o fim do ano, e depois volta a desacelerar”.