Nesta semana, todas as atenções estão voltadas a Brasília

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve desembarcar em Brasilia (DF) na noite deste domingo (27) para ajudar nas negociações da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição e terminar de definir o ministério que toma posse a partir de 1º de janeiro.

Amigo próximo de Lula, o senador Jaques Wagner (PT-BA) já disse que a indefinição de um nome para o comando do Ministério da Fazenda tem atrapalhado as tratativas sobre a PEC. Como a IF antecipou no dia 21 de novembro, para o Ministério da Fazenda, o presidente eleito estuda indicar um dos economistas da esfera do PSDB. Seria um nome que apoiou a eleição de Lula e está dando sugestões para a futura administração, segundo uma fonte próxima ao petista. Haddad iria, segundo a mesma fonte, para o Ministério do Planejamento.

As conversas sobre a PEC pouco andaram até agora. Ainda não se chegou a um entendimento sobre o valor abarcado pela PEC e seu prazo de validade, que são os principais pontos da proposta.

A minuta da PEC, apresentada aos líderes da Câmara dos Deputados e do Senado na semana passada, causou bastante apreensão entre os investidores por estimar em R$ 198 milhões o valor que a adninistração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende gastar em 2023 acima do permitido pelas atuais regras, o chamado teto de gastos. A proposta tem como principal objetivo acomodar promessas da campanha do presidente eleito, como a manutenção do Auxílio Brasil (rebatizado de Bolsa Família) em R$ 600 e o aumento do salário mínimo acima da inflação a partir de 2023.

As críticas são de que o montante é alto demais – segundo especialistas, para bancar os benefícios sociais R$ 70 milhões seriam suficientes, mas a proposta está incluindo outros gastos, como investimentos a serem feitos com uma parte de eventual arrecadação extra, estimada em R$ 22 bilhões, e os recursos que entrarem para o combate à crise climática.

Além disso, os partidos apoiadores do novo governo querem que essa permissão para gastar acima do teto dure os quatro anos do governo Lula, mas os congressistas relutam em apoiar uma legislação sobre a qual os novos deputados e senadores, que tomam posse em 1º de janeiro, não poderão palpitar.

As expectativas são de que o texto final finalmente seja fechado na terça (29).

Agenda da semana

Segunda-feira (28)

• 8h25 – Brasil: Boletim Focus
• 11h – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
• 14h – EUA: Discurso de Jim Bullard, presidente da sucursal Saint Louis e membro do comitê de política monetária do Fed
• 14h – EUA: Discurso de John Williams, presidente da sucursal de Nova York e membro do comitê de política monetária do Fed

Terça-feira (29)

• 8h – Brasil: Índice de evolução de emprego do Caged (outubro)
• 9h – Brasil: IGP-M (novembro), IPP (outubro)
• 22h30 – China: PMI industrial, não-manufatura, e composto (novembro)

Quarta-feira (30)

• 7h – Zona do Euro: Prévia do IPC (novembro)
• 9h – Brasil: Taxa de desemprego (outubro)
• 9h30 – Brasil: Dívida líquida/PIB (outubro)
• 10h15 – EUA: Variação de empregos privados da ADP (novembro)
• 10h30 – EUA: Prévia do PIB (3º trimestre)
• 12h – EUA: Vendas pendentes de moradias (outubro)
• 12h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
• 15h30 – EUA: Discurso de Jerome Powell, presidente do Fed
• 16h – EUA: Livro Bege
• 22h45 – China: PMI industrial da Caixin (novembro)

Quinta-feira (1)

• 6h – Zona do Euro: PMI industrial (novembro)
• 7h – Zona do Euro: Taxa de desemprego (outubro)
• 9h – Brasil: PIB (3º trimestre)
• 10h30 – EUA: Índice de preços PCE (outubro); gastos, renda e consumo pessoal (outubro)
• 11h30 – EUA: Discurso de Michelle Bowman, membro do comitê de política monetária do Fed
• 11h45 – EUA: PMI industrial (novembro)
• 23h40 – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE

Sexta-feira (2)

• 9h – Brasil: Produção industrial (outubro)
• 10h30 – EUA: Payroll e taxa de desemprego (novembro)
• 12h15 – EUA: Discurso de Charles Evans, presidente do Fed de Chicago
• 23h30 – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE