Ministro de Minas e Energia não prevê reestatização da Eletrobras (ELET3;ELET6)

Ministro defendeu ação da União para no Supremo para questionar participação na Eletrobras, mas não prevê reestatização da empresa 'em um primeiro momento'

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Questionado sobre os movimentos do governo federal para tentar retomar controle como acionista majoritário da recém-privatizada Eletrobras (ELET3;ELET6), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que não se prevê a reestatização da Eletrobras. Ele falou durante um seminário em São Paulo nesta segunda-feira (15).

“O ajuizamento de uma ação por parte do governo para questionar os direitos políticos da União, ou a participação proporcional da União no conselho da Eletrobras, não é [postura] contraditória. […] É público que o presidente da República é crítico à privatização de empresas estratégicas e há coerência na postura [do governo]”, disse Silveira. Mas, mesmo assim, ele não espera a reestatização da companhia em um primeiro momento.

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Lula pediu estudo, mas reestatização da Eletrobras foi descartada

Ele reiterou que havia um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que fosse feito estudo a respeito de uma possível reestatização da companhia. “Mas, depois de muito debate, chegou-se à conclusão de que, num primeiro momento, era mais adequado estabelecer direitos políticos da União”, disse o ministro. Lula já chamou a privatização da Eletrobras de “bandidagem”.

Silveira reiterou que o governo tem 43% das ações, e o modelo atual da empresa possibilita ao governo ter um candidato “numa chapa inscrita para poder ter no máximo um representante no conselho”, ou até nenhum. “O que o governo questiona é uma proporcionalidade de participação.”

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Movimento ‘assusta o investidor’ de Eletrobras (ELET6;ELET3)

Adriano Pires, diretor do Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), disse, contudo, que o movimento por parte do governo de buscar ganhar mais poder na administração da companhia acaba “assustando o investidor”, que aportou recursos na companhia pensando em administração privada.

Também durante o seminário na capital paulista, Silveira disse que, antes de pensar em aproveitar oportunidades de investimentos no setor elétrico, o país precisa “resolver problemas mais imediatos” para que “possa dar passos adiante”.

“Tenho recebido no meu gabinete o mundo inteiro. Hoje de manhã olhei a agenda e vi lá 59 pedidos de embaixadores para poder falar em especial sobre esse tema [de transição energética]. […] E não podemos perder oportunidades”, disse, voltando a assinalar “problemas imediatos” a serem resolvidos.

Entre os problemas de caráter mais imediatos a serem resolvidos, o ministro destaco a assimetria de preços e a escassez hídrica.

No setor de energia, ele frisou as distribuidoras. “Foram todas praticamente concedidas, menos a Celesc, em Santa Catarina, a Copel no Paraná e a Cemig, em Minas”, lembrou. As outras foram concedidas e “vistas como patinho feio do setor energético”.

As distribuidoras contudo são o setor “mais caro” ao governo federal, já que aquele tem que a relação direta com o produtivo e os consumidores de uma forma geral.

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