Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, anuncia apoio a Lula
Jurista que elaborou pedido de impeachment de ex-presidente do PT anuncia apoio a Lula no 1º turno
O jurista Miguel Reale Jr. foi quem elaborou o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, obrigada a deixar o cargo em abril de 2016 após votação do Congresso nacional. Na tarde desta quarta-feira (21), ele anunciou seu apoio ao candidato petista e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já para o primeiro turno das eleições.
Segundo Reale, a eleição do petista já no primeiro turno “é importante para impedir qualquer ação de [Jair] Bolsonaro para se manter no poder”, caso seja derrotado no pleito em 2 de outubro.
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O jurista argumentou que “o Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro”. Ele citou as constantes ameaças de golpe, ataques ao Supremo Tribunal Federal e o que chamou de “total falta de empatia com os mais sofridos” como fatores que ajudaram a declarar seu apoio a Lula.
Terceira via não decolou, segundo jurista
Ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Reale Júnior era entusiasta de uma candidatura de “terceira via”, que segundo ele, não se concretizou.
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“Minha candidata era a Simone Tebet, mas a candidatura dela não se concretizou nessa eleição, que está sendo pautada pela total falta de racionalidade. Diante do atual cenário, a gente tem que pensar o que é melhor para o país. O Brasil precisa de estabilidade e calmaria. Mais quatro anos de Bolsonaro no poder é tudo que o país não precisa”, afirmou.
“Lula jamais promoveria um torturador como o coronel Ustra a herói nacional, como fez o Bolsonaro. (…) Ele ressuscitou uma discussão sobre o papel das Forças Armadas na vida política do país que já estava totalmente superada”, completou.
Autor do impeachment de Dilma
Reale Júnior foi um dos autores do pedido de impeatchment de Dilma Rousseff, ao lado do também jurista Hélio Bicudo e da hoje candidata a deputada federal Janaína Paschoal (PRTB), por crime de responsabilidade fiscal, acusação que ficou famosa pelo termo das “pedaladas fiscais”.
Durante a CPI a Pandemia, o jurista fez uso do relatório oriundo das investigações de senadores para produzir um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). O documento foi assinado por 17 juristas e um médico, mas não foi aceito pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), aliado do atual presidente.
“O que o Bolsonaro fez durante a pandemia foi muito mais grave do que a Dilma fez. Durante um período tão crítico, ele se notabilizou pela total falta de empatia com os mais sofridos. (…) A vitória do Lula no primeiro turno é importante para impedir qualquer ação de [Jair] Bolsonaro para se manter no poder”, declarou.