Lula: ‘A gente não cuida do pobre se ficar olhando política fiscal’

O presidente eleito participou de encontro de Natal com catadores de material reciclável e prometeu soluções para dar moradia à população em situação de rua

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (15), em São Paulo, que o governo não deve se preocupar apenas com a política fiscal e com o orçamento se quiser cuidar da população pobre. Ao participar de um encontro de Natal com catadores de material reciclável, Lula prometeu priorizar os mais carentes e disse que procurará uma “solução definitiva” para ajudar as pessoas em situação de rua.

“A gente não cuida do pobre se a gente ficar olhando dados estatísticos, se a gente ficar olhando política fiscal do governo, se a gente ficar olhando o orçamento da Prefeitura. Sempre haverá prioridades mais importantes que os pobres”, disse Lula, ao discursar no evento com catadores.

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Lula disse que seu governo terá “preferência pelo povo mais humilde” e afirmou que, assim que for empossado, fará com que seus ministros acompanhem de perto a população em situação de rua. “Tiraram deles o direito de serem tratados como seres humanos”, disse. Aos catadores, o presidente eleito assumiu um compromisso de “ir atrás” dos mais pobres.

“Não serão vocês que terão que ir até o presidente. Sou eu que terei que ir até vocês para que a gente possa conversar e encontrar uma solução definitiva para os moradores de rua”, afirmou, com a voz embargada. “Quero vocês andando na rua de cabeça erguida, com orgulho do trabalho que vocês fazem. Muitas vezes vocês estão catando o lixo de quem pensa que é melhor do que vocês está jogando na rua”, disse. “Vamos dar a vocês a cidadania que vocês merecem”, declarou o petista. Lula disse ainda que a população em situação de rua não será tratada como “vagabunda”, mas sim como “pessoas que foram abandonadas” pelo Estado. “Vagabundo é quem não olha para essas pessoas com o coração cheio de amor para a gente poder cuidar.”

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O presidente eleito prometeu buscar soluções para dar moradia a essa população em situação de rua e disse que seu governo fará um estudo profundo sobre as razões que levaram milhares de pessoas a viver nessas condições. Lula afirmou que depois que tomar posse fará um encontro com os catadores de material reciclável na capital paulista e pediu para que o padre Julio Lancellotti organize essa reunião. “Quero ser o principal catador de papel, principal morador de rua para tratar de vocês com respeito e dignidade”, disse.

Ao lado de Lula, o ex-prefeito e futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que sua missão no governo será a de “colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda”.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o futuro governo fará com que o “Estado olhe de novo para quem precisa olhar”.

Lula participa do Natal dos catadores há 19 anos, desde o primeiro ano de seu primeiro mandato, em 2003.

O evento foi o primeiro em que Lula participou em São Paulo depois de ter sido diplomado, na segunda-feira (12). No palco, ao lado de Lula, estavam Haddad, Gleisi; a ex-prefeita e secretária municipal Marta Suplicy; o deputado federal Márcio Macêdo (PT-SE), o ex-ministro Gilberto Carvalho, a esposa de Lula, Rosângela da Silva, a Janja; o padre Julio Lancellotti e representantes de movimentos populares.

No encontro, participaram também nomes cotados para o primeiro escalão de Lula, como o deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP), que deve ser nomeado para o Ministério do Trabalho; o advogado e professor Silvio Almeida, possível nome para o Ministério de Direitos Humanos; o deputado estadual Emídio de Souza (PT), o advogado Marco Aurélio Carvalho e Márcio Macêdo – todos citados para a Secretaria-Geral da Presidência.

Estavam ainda a empresária Luiza Trajano, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e parlamentares como o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o deputado estadual eleito Simão Pedro (PT). Celso Sim e João Camarero se apresentaram com um repertório de músicas brasileiras antes dos discursos.

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