Lula indica que vai sancionar projeto que libera jogos de azar no Brasil

Presidente deu a entender que é um contrassenso impedir a legalização dos jogos de azar enquanto, ao mesmo tempo, está permitida no país as apostas esportivas

Lula durante a live semanal 'Conversa com o Presidente'. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Presidência
Lula durante a live semanal 'Conversa com o Presidente'. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou, nesta sexta-feira, que deve sancionar projeto de lei que libera os jogos de azar no país, como bingos, cassinos e jogo do bicho, caso o Congresso Nacional, de fato, aprove a medida. Sobre isso, o presidente admitiu que, do ponto de vista pessoal, não é favorável à liberação dos jogos, mas, por outro lado, explicou que não considera essa prática “um crime”.

“Não sou favorável a jogo, não, mas também não acho que é um crime. Se o Congresso aprovar e for feito um acordo entre os partidos políticos, não tem por que não sancionar”, disse Lula durante entrevista à rádio Meio Norte, do Piauí, onde cumpre agenda nesta sexta-feira.

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Apostas esportivas

Em seguida, Lula minimizou, porém, o discurso dos parlamentares favoráveis à medida quando esses dizem que a legalização vai permitir a criação de empregos. “Também não acho que é verdade que vai gerar dois milhões de empregos. O meu jogo é distribuição de renda, é isso que deixa o povo feliz”, argumentou.

O presidente deu a entender ainda que é um contrassenso impedir a legalização dos jogos de azar enquanto, ao mesmo tempo, está permitida no país as apostas esportivas, as chamadas bets.

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“Houve um tempo em que o discurso sobre jogos de azar tinha alguma verdade. Eu sempre achei que o jogo do bicho era o que mais distribuía dinheiro, mas isso é contravenção, é proibido jogar poker, jogar baralho. Mas e a jogatina que tem no esporte agora?”, questionou.

Por fim, Lula deu a entender que discorda da tese de que os jogos de azar vão afetar, principalmente, os mais pobres. “Falam que o pobre vai perder o dinheiro dele no cassino. O pobre não vai no cassino, ele vai trabalhar no cassino”, emendou.

Discussão no Congresso

A questão dos jogos de azar tem mobilizado especialmente a bancada evangélica no Congresso, que é contra essa liberação.

Como mostrou o Valor ontem, após aprovação apertada (14 votos a 12) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o projeto de lei que libera os jogos está com os próximos passos na tramitação indefinidos.

Isso porque senadores da Frente Parlamentar Evangélica pediram ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante a reunião de líderes desta quinta-feira, que o projeto passe agora por outras comissões, como a de Assuntos Econômicos (CAE), a de Direitos Humanos (CDH) e a de segurança pública (CSP). A ideia, com isso, é barrar o avanço do texto.

Com informações do Valor Econômico

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