Lula: ‘Diretores do BC vão mudar de acordo com os interesses do governo’

Presidente falou ainda sobre possíveis mudanças na política de preços da Petrobras

Lula sobre novos diretos do BC: 'Serão pessoas da mais alta responsabilidade'. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência
Lula sobre novos diretos do BC: 'Serão pessoas da mais alta responsabilidade'. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

Durante entrevista à imprensa nesta sexta-feira (6), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os novos diretores do Banco Central vão mudar “de acordo com os interesses do governo”. Ele acrescentou que serão pessoas da “mais alta responsabilidade”.

Há cerca de duas semanas, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Lula já escolheu os nomes dos dois novos diretores do BC que serão submetidos ao Senado em breve. “[O ministro da Fazenda, Fernando] Haddad escolheu, e o presidente ratificou os nomes”, disse Costa a jornalistas.

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Os mandatos dos diretores de política monetária e de fiscalização do BC terminaram em 28 de fevereiro, mas os novos membros do colegiado ainda não foram anunciados. A nomeação ocorre em meio a ataques do governo ao patamar elevado de juros – atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.

Segundo apurou o Valor, contudo, Lula deve anunciar Rodolfo Froes para política monetária e Rodrigo Monteiro, servidor da casa, para fiscalização.

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Froes é graduado em administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e, no início da carreira, trabalhou no Bank of America (BofA) e depois passou por corretoras e pelo banco Fator, onde trabalhou com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo. Foi também co-fundador da Flow Corretora.

Monteiro é servidor de carreira do BC e atualmente é chefe-adjunto do departamento de supervisão não bancária, que fiscaliza cooperativas de crédito.

Nova política de preços da Petrobras

Lula repercutiu também a recente divergência entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates sobre mudanças na política de preços da companhia. Ele afirmou que eventual nova política de preços da estatal será discutida somente “no momento em que o presidente convocar uma reunião” para discutir o assunto.

O presidente afirmou que o Brasil não tem que estar submetido à política de paridade internacional (PPI), que condiciona o preço dos combustíveis às taxas externas. Também voltou afirmar que a Petrobras não pode continuar distribuindo dividendo a acionistas, e não fazer investimentos no país.

Mas ele ressalvou que qualquer mudança ocorrerá “no momento certo”. Ele lembrou que já fez reunião com o Conselho Nacional de Política Energética, mas que não tratou deste tema. “Vou convocar outras reuniões [do conselho] para discutir a política de preços”, esclareceu.

Lula relatou que foi pego de surpresa com a discussão entre os dois auxiliares, e que ainda não conversou com nenhum deles, mas ainda o fará. Ele afirmou que se efetivamente houve “divergência” entre Silveira e Prates, deixará de existir depois que ele conversar com ambos.

Em entrevista à Globo News, Alexandre Silveira confirmou que haverá mudança na política de preços da Petrobras, com a adoção de diretrizes baseadas no mercado interno. Em resposta, a Petrobras informou nesta quarta-feira que não recebeu nenhuma proposta do MME sobre alterações em sua política de preço dos combustíveis.

“Quaisquer propostas de alteração da política de Preços recebidas do acionista controlador serão comunicadas oportunamente ao mercado, e conduzidas pelos mecanismos habituais de governança interna da companhia”, informou nota da estatal.

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