Lira defende regulamentação de pesquisas e punições de institutos que “erraram muito”
Parlamentar do PP destacou que há projetos em tramitação que tratam do código eleitoral que poderiam ser aproveitados para acelerar a regulamentação de pesquisas
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (4) que é preciso tomar providências para regulamentar e fiscalizar a atuação de institutos de pesquisas, que, em sua avaliação, “erraram muito” nas projeções sobre os resultados das eleições. Ele disse ser contrário à possibilidade de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) por considerar um “instrumento muito forte”.
“Sofremos muito com pressão absurda de pesquisas que não refletiram o resultado em muitos lugares do Brasil, não apenas na disputa presidencial”, disse Lira em entrevista à Rádio Bandeirantes. “Temos que tomar providências.”
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“Tenho sido procurado por parlamentares pela instalação de CPI, que penso que é um instrumento muito forte. Nesse caso, não sei se seria adequado. Mas é preciso uma alteração dura na legislação para que possamos reprimir, punir e banir do sistema política brasileiro empresas de pesquisas que, nesse momento, ainda erraram muito”, completou.
Como exemplo, ele citou a diferença dos números apontados nas pesquisas e dos resultados das urnas em São Paulo. Levantamentos apontavam vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) no estado, mas eleitorado deu vantagem ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) na região.
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O parlamentar do PP destacou que há projetos em tramitação que tratam do código eleitoral que poderiam ser aproveitados para acelerar a regulamentação de pesquisas.
Fusão entre PP e União Brasil
O presidente da Câmara disse esperar que o segundo turno entre Lula e Bolsonaro seja propositivo, com a discussão de temas importantes para o futuro do país.
“No segundo turno, é um contra um e teremos que decidir o modelo de estado que queremos”, pontuou.
Ao citar o resultado das eleições para o Legislativo, ele voltou a dizer que o eleitor elegeu um Congresso “conservador, liberal, reformista e de centro-direita” e disse que uma eventual vitória de Lula na corrida presidencial obrigará o petista a articular bastante para formar um governo de coalizão. “O Brasil perderia algum tempo para essa acomodação.”
Na entrevista, o parlamentar do PP destacou o desempenho “formidável” do PL, que elegeu 99 deputados, e também falou sobre a eventual fusão entre o seu partido e o União Brasil.
De acordo com ele, as negociações ainda são embrionárias e serão feitas sem açodamento.
“Pode acontecer uma nova fusão [entre PP e Uniao]. Conversei com Rueda (vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda) na sexta. Há uma possibilidade de que essas conversas amadureçam para uma fusão. As conversas avançarão de maneira adequada sem açodamento.”