Líderes mundiais condenam ataque da Rússia à Ucrânia e prometem sanções severas

No entanto, nenhum país prometeu defender militarmente a Ucrânia

O presidente russo Vladimir Putin em Moscou (Foto: Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS)
O presidente russo Vladimir Putin em Moscou (Foto: Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS)

Líderes mundiais expressaram indignação com a decisão da Rússia de atacar a Ucrânia e condenaram o presidente do país, Vladimir Putin, prometendo sanções sem precedentes para atingir o Kremlin.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou nesta quinta-feira as ações russas de “um ataque bárbaro” a um país independente e disse que elas também visavam “a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz”.

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A União Europeia (UE) realizará uma cúpula de emergência em Bruxelas, onde a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também está se reunindo após Polônia e países bálticos que fazem fronteira com Rússia e Ucrânia terem convocado um encontro urgente.

No entanto, nenhum país prometeu defender militarmente a Ucrânia, já que isso poderia desencadear uma grande guerra na Europa. Putin fez um alerta de que haverá “consequências jamais vistas” para quem tentar interferir no conflito.

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“Esta é uma grave violação do direito internacional e uma séria ameaça à segurança euro-atlântica”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acrescentando que a reunião de hoje “abordará as consequências das ações agressivas da Rússia”.

A maior parte dos governos mundiais condenou o ataque e ameaçou atingir a Rússia e suas elites com o que o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrel, chamou de “o pacote [de sanções] mais forte, mais severo que já implementamos”.

“Uma grande potência nuclear atacou um país vizinho e está ameaçando represálias a quaisquer outros Estados que possam vir em socorro”, afirmou Borrell. “Esta não é apenas a maior violação do direito internacional, é uma violação dos princípios básicos da convivência humana. Está custando muitas vidas com consequências desconhecidas à nossa frente. A UE vai responder nos termos mais fortes possíveis.”

Von der Leyen disse que as sanções que o bloco europeu irá aplicar irão “atingir setores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais” para o Kremlin.

“[As medidas] enfraquecerão a base econômica da Rússia e sua capacidade de modernização. Além disso, congelaremos os ativos russos na UE e impediremos o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus”, disse a presidente da Comissão Europeia.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, ligou para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e disse que o mundo hoje está vivendo um “tempo sombrio”.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que “condena firmemente a decisão da Rússia” de avançar com a guerra e prometeu apoio à Ucrânia. “A Rússia deve encerrar suas operações militares imediatamente”, disse ele.

Ainda na madrugada, o presidente americano, Joe Biden, classificou o ataque russo de injustificado. “O presidente [Putin] escolheu uma guerra premeditada que vai causar uma catastrófica perda de vida e sofrimento humano”, disse ele em uma nota, prometendo mais sanções ao país.

O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, também conversou com Zelensky e afirmou que as tropas russas devem deixar o território ucraniano. Ele convocou uma reunião entre os líderes do G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo, para discutir uma resposta a Putin.

Scholz afirmou que o Kremlin pagará um “preço amargo” pelo ataque e chamou a decisão de Putin de um “erro grave”. “Ele está colocando em risco a vida de inúmeras pessoas inocentes na Ucrânia, um povo irmão da Rússia. Ele está colocando em risco a ordem de paz em nosso continente. Não há justificativa para tudo isso. Esta é a guerra de Putin”, disse o premiê alemão.

Após semanas de negociações diplomáticas, trocas de acusações entre líderes globais e ameaças de sanções contra o círculo íntimo de Putin, o Kremlin não foi convencido a recuar de uma das maiores agressões registradas na Europa desde o início da Guerra Fria.

No geral, mais sanções parecem ser a única opção para o futuro. Da Coreia do Sul à Austrália, passando pela Europa e pelos Estados Unidos, os governos mundiais estão fazendo fila para se opor à Putin. A exceção é a China.

Destacando o crescente distanciamento entre as superpotências globais, Pequim se isolou ao não condenar o ataque e, em vez disso, acusou os Estados Unidos e seus aliados de agravarem a crise na Ucrânia.

Em uma clara defesa a Moscou, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, pediu que “as partes respeitem as preocupações legítimas de segurança dos outros”.

A porta-voz chinesa acrescentou que todas as partes “devem trabalhar pela paz em vez de aumentar a tensão ou exaltar a possibilidade de guerra”. “Aquelas partes que estavam ocupadas condenando os outros, o que elas fizeram? Elas persuadiram os outros?”, questionou.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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