‘Nada justifica 8% de juros reais acima da inflação’, diz Alckmin

Vice-presidente diz que Lula deve vetar trechos de proposta do novo arcabouço fiscal entregue por Haddad na sexta-feira

O vice-presidente e ministro do Ministério de Desenvolvimento, Indústria a Comércio, Geraldo Alckmin. (Foto: Adriano Machado/Reuters)
O vice-presidente e ministro do Ministério de Desenvolvimento, Indústria a Comércio, Geraldo Alckmin. (Foto: Adriano Machado/Reuters)

O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, endossou nesta segunda-feira as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos juros altos. Mesmo diante da expectativa do novo arcabouço fiscal, entregue a Lula na semana passada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o BC não deve reduzir os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária.

“Não há nada que justifique 8% de juros reais acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, afirmou Alckmin.

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Inflação no Brasil não justifica Selic atual, diz vice

Segundo o vice-presidente, o Brasil não tem uma inflação de demanda que justifique a manutenção da taxa. “Pelo contrário: precisamos estimular a economia”, afirmou. “Juros altos dificultam o consumo, atrasam os investimentos e oneram o fiscal.”

O ministro participou de seminário na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio. Durante discurso na mesa de abertura, Alckmin também citou o modelo do novo arcabouço fiscal e a tramitação da proposta dentro do governo. Nesta segunda-feira, Haddad terá reuniões com grupos de parlamentares para discutir a proposta, enquanto a equipe do ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve analisar o projeto.

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Projeto de arcabouço fiscal deve passar por vetos

Segundo Alckmin, Lula ainda não deu a palavra final sobre o novo arcabouço fiscal. Há expectativa quanto a possíveis vetos por parte do mandatário. O projeto deve ser divulgado esta semana.

“O presidente Lula ainda não deu a palavra final, mas a engenharia foi bem concebida. O governo inteiro tem discutido de maneira muito harmônica, dentro do princípio de ter uma ancoragem fiscal que controle o crescimento da dívida e, de outro lado, que permita o investimento necessário”, apontou Alckmin à imprensa.

O próximo passo, de acordo com o vice, é encaminhar o projeto de ancoragem fiscal nos próximos dias. O texto deve combinar a curva da dívida, superávit e controle de gastos públicos, e substituirá o teto de gastos.

“É uma medida bem feita, que vai trazer bastante segurança”, garantiu Alckmin. Ele disse ainda que, além do combate aos juros altos, Lula está “empenhado” na reforma tributária, desafio mais imediato para o governo. “Estamos otimistas que ela possa avançar”, afirmou o vice-presidente.

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