José Mauro Coelho pede demissão da presidência da Petrobras

Fernando Borges, diretor de exploração e produção, foi apontado como presidente interino

José Mauro Ferreira Coelho: Terceiro executivo a assumir o comando da Petrobras no governo do presidente Jair Bolsonaro — Foto: Leo Pinheiro/Valor
José Mauro Ferreira Coelho: Terceiro executivo a assumir o comando da Petrobras no governo do presidente Jair Bolsonaro — Foto: Leo Pinheiro/Valor

José Mauro Ferreira Coelho pediu demissão da presidência da Petrobras na manhã desta segunda-feira (20), segundo comunicado ao mercado da petroleira. Coelho havia sido eleito no dia 14 de abril – o terceiro no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Uma hora e meia após o anúncio, a Petrobras infomou que Fernando Borges, diretor de exploração e produção e membro do conselho de administração desde abril de 2016, foi apontado como presidente interino. Ele ficará no cargo até a eleição e posse do novo presidente da empresa.

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As negociações com as ações da empresa na Bolsa de Valores brasileira, a B3, estão complicadas. Foram suspensas na abertura do mercado, retomadas, e logo depois suspensas novamente. O procedimento é praxe quando um anúncio tão importante é feito muito perto do início ou no meio do pregão.

O último ato de Coelho à frente da empresa foi aumentar a gasolina em 5,18% e o diesel em 14,25%, na sexta (17), com efeito a partir de sábado (18). O executivo estava sob forte pressão de Bolsonaro para segurar as elevações de preços, que têm constribuído bastante para a aceleração da inflação e são vistas pelo presidente da República como ameaça à sua reeleição.

Em maio, Bolsonaro anunciou uma mudança no comando da área, em seu governo, para tentar frear os aumentos dos combustíveis.

No dia 11, trocou o ministro de Minas e Energia. Saiu Bento Albuquerque, entrou Adolfo Sachsida, até então secretário de política econômica do ministério da Fazenda. Sachsida entrou com a missão de mudar a gestão da petroleira.

No dia 23, o ministério anunciou a indicação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras. Mas a substituição precisa seguir um rito definido no estatuto da companhia.

E agora?

Como Coelho foi eleito junto com outros conselheiros em assembleia de acionistas, na qual os minoritários também votam, Andrade também precisa ser aprovado em uma eleição semelhante – após o comitê de pessoas verificar se o executivo cumpre os requisitos para o cargo.

Uma situação em que a eleição em assembleia pode ser dispensada é quando o conselho aponta um dos seus membros para a presidência. A demissão de Coelho abriria espaço para essa manobra, mas, para que Andrade fosse alçado ao cargo seria necessário que ele fosse apontado para o conselho e que já tivesse seu currículo analisado pelo comitê de pessoas, o que não aconteceu ainda.

A Petrobras deve, portanto, ficar sem presidente por algum tempo, até que o trâmite legal seja completado.

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