IF Hoje: Todos os olhos estarão voltados para o dia no Congresso e para os bancos centrais

Enfim, o dia mais esperado da semana, os eventos de hoje têm grande potencial de impacto na economia e no mercado em curto, médio e longo prazo. Os mais importantes eventos, ao menos para o Brasil, serão as eleições para as presidências e mesas diretoras das duas Casas do Congresso, que terão a missão de tocar as pautas políticas e econômicas do governo Lula.

Os outros eventos mais aguardados do dia são as decisões de política monetária dos bancos centrais no Brasil e nos Estados Unidos. Voltarei a falar delas, mas o mercado já precificou que a taxa será mantida em 13,75% no Brasil, e aposta em uma elevação de 0,25 ponto percentual nos EUA.

Novo Congresso

É de fundamental importância acompanhar as eleições de hoje. “Ter antagonistas nessas posições pode trazer problemas ao governo, como fazer andar matérias desfavoráveis, bloquear iniciativas de interesse, e até criar problemas como permitir a abertura de investigações e CPIs”, afirmou o cientista político e professor do Insper, Leandro Consentino.

Câmara

Os deputados federais eleitos para a 57ª legislatura serão empossados em cerimônia que começará às 10h. As eleições ocorrerão somente às 16h30 em votação secreta. A apuração será realizada por cargo, iniciando-se pelo presidente, depois os demais integrantes da Mesa, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.

Segundo projeções, o deputado Arthur Lira (PP-AL), não deve ter dificuldades em obter mais um mandato a frente da Casa.

Senado

A posse dos novos senadores acontecerá às 15h e as eleições para presidente ocorrerão em seguida, de forma secreta e por cédulas de papel. O restante da Mesa Diretora será escolhida por votação eletrônica no dia 2, às 10h da manhã.

No caso da disputa pela liderança da Câmara Alta, o cenário não está tão tranquilo. O atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é o favorito para reeleição e tem o apoio do partido do governo, mas a candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) vem ganhando corpo nos últimos dias e está sendo apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Neste ano apenas um terço da Casa será renovada. Dos 27 novos senadores, quatro exercem função de ministros de Estado, Camilo Santana (PT-CE), da Educação, Flávio Dino (PSB-MA), da Justiça e Segurança Pública, Renan Filho (MDB-AL), dos Transportes e Wellington Dias (PT-PI), do Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome.

O parlamentar que assume cargo de ministro não perde o mandato. Logo após empossados, os quatro devem retornar aos ministérios e deixar as cadeiras com seus suplentes. Santana tem como suplentes Augusta Brito (PT) e Janaina Farias (PT), Flávio Dino, Ana Paula Lobato (PSB) e Lourdinha (PCdoB). A cadeira de Wellington Dias deve ficar com Jussara Lima (PSD) ou José Amauri (Solidariedade) e os suplentes de Renan Filho são Fernando Farias (MDB) e Adélia Maria (PV).

E as taxas de juros?

O apelido “Super Quarta” foi criado pela imprensa econômica brasileira – inspirada na “Super Terça” da corrida pré-eleitoral americana – para quando coincide de sair as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos no mesmo dia.

Pois às 15h30 o Federal Reserve (Fed) anunciará a nova taxa de juros americana. Os analistas do mercado projetam uma elevação de 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano.

O mais importante, no entanto, é o comunicado e a entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, logo após a divulgação da decisão. Nessa entrevista, ele justifica a decisão tomada e pode dar indicações para futuras reuniões.

Aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai soltar sua decisão às 18h. Já é esperado pelos agentes que o Copom mantenha inalterada em 13,75% a taxa Selic. Na sequência da decisão, o BC divulga o comunicado.

Em relatório, o Itaú BBA afirmou que o comitê deverá manter a taxa inalterada, mas dar um alerta de vigilância à inflação no comunicado.

Outros indicadores importantes

Uma sério de outros indicadores importantes serão revelados ao longo do dia. Dados de inflação ao consumidor de janeiro serão divulgados na Itália e na zona do euro. No Brasil, haverá ainda a inflação ao produtor (IPP).

Também teremos a pesquisa PMI do setor industrial na Índia, Espanha, Itália, França, Alemanha, zona do euro, Reino Unido, Brasil, Canadá, Estados Unidos e no México.

Nos Estados Unidos, terá os pedidos de hipoteca pela MBA, os gastos com construção, preços do setor manufatureiro, relatório de emprego JOLTs, estoques de petróleo e atividade nas refinarias do país.

Balanços do dia

No calendário de balanços, a Meta, controladora do Facebook, WhatsApp e Instagram reporta seus números após o fechamento da bolsa.

Mercado ontem

O mercado operou com otimismo e garantiu um mês de ganhos do Ibovespa e do real sobre o dólar. No último dia do mês, os mercados brasileiros foram beneficiados pelos investidores estrangeiros, que atuaram com maior apetite por risco nas sessões por aqui e lá fora.

Nesta véspera de decisões de juros e eleições do Congresso, o Ibovespa fechou em alta de 1%, garantindo ganhos de 3% no acumulado do mês, O dólar, por sua vez, caiu 0,80%, e fechou negociado a R$ 5,07. Uma queda de 3,88% ante o valor de abertura no dia 2 de janeiro.

Nos Estados Unidos os principais índices também seguiram com otimismo neste início de ano e tiveram ganhos robustos, especialmente o índice eletrônico Nasdaq, que acompanhou uma recuperação das empresas de tecnologia.

Virada cripto

O bitcoin (BTC) e o ether (ETH) viraram para alta e encerraram o primeiro mês de 2023 com altas de 39,7% e de 32,8% respectivamente, seguindo o desempenho das bolsas.