Favorito para presidir a Câmara diz que PEC 6×1 preocupa e que é preciso ouvir os dois lados
Hugo Motta defende que empregadores sejam ouvidos sobre os impactos da proposta
Favorito para presidir a Câmara dos Deputados a partir de fevereiro, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou nesta terça-feira que a proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com a jornada de seis dias de trabalho por semana para um de folga (6×1) preocupa e que o debate precisará ocorrer na Casa ouvindo também os empresários.
“Me preocupa muito, por exemplo, essa PEC agora recentemente apresentada, essa 6 por 1. O que se criou é um verdadeiro movimento nas redes sociais a favor da PEC, que é um tema que nós temos e vamos discutir, mas não ouvir apenas um lado”, afirmou Motta, em reunião com a Frente Parlamentar pelo Empreendedorismo.
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Segundo Motta, é preciso chamar não apenas os trabalhadores para o debate, mas também que os empregadores sejam ouvidos sobre os impactos da proposta. “Temos que ouvir também quem emprega, temos que ouvir os dois lados, para que a partir daí nós não venhamos a ter o avanço de uma pauta que possa mais ser danosa ao país”, disse.
Apesar da fala, o parlamentar evitou se posicionar contra ou a favor do projeto e comentou que defende o debate respeitoso sobre todos os assuntos. “Estou aqui dizendo que o Parlamento tem que, na sua maturidade, discutir esses temas e discutir respeitando quem pensa contrário”, disse.
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Para Motta, o debate não pode ser guiado por “extremismos” que existem no país. “Acho que a Câmara não pode se transformar em uma casa onde o debate fica prejudicado, às vezes por agressões pessoais, por agressões verbais, que em nada contribuem com o debate, porque ali é a Casa, realmente, que nós temos a oportunidade de defender o nosso ponto de vista.”
Fim da escala 6×1
A PEC da jornada 6×1 foi sugerida pela deputada Erika Hilton (Psol-SP) e causou barulho nas redes sociais desde o fim de semana, com a pressão de eleitores para que os deputados a apoiem, mas ainda não possui as assinaturas necessárias para poder ser oficialmente protocolada e tramitar na Câmara. Para isso, é exigido o apoio de 171 dos 513 deputados.
O texto altera a Constituição Federal para reduzir a jornada de trabalho de 44 horas para 36 horas semanais, limitada a quatro dias por semana.
O assunto causou reação de empresários, como os patrocinadores da Frente Parlamentar pelo Empreendedorismo, que alegaram que isso causará aumento de custos e encarecimento dos serviços prestados ou bens vendidos.
Motta é o favorito para presidir a Câmara após receber apoio de PT, PL, MDB, PP, Republicanos, Podemos, PDT, PSB, PSDB e outros partidos. Além dele, também são pré-candidatos os deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), mas eles negociam desistir em prol de espaços para seus partidos.
Com informações do Valor Econômico