Para Haddad, BNDES terá perfil diferente no Lula 3 do que no passado

Futuro ministro da Fazenda afirma que é preciso 'dar espaço' para que BC reduza a taxa de juros

Fernando Haddad é ministro da Fazenda no governo Lula (Foto: Adriano Machado/Reuters)
Fernando Haddad é ministro da Fazenda no governo Lula (Foto: Adriano Machado/Reuters)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Lula 3 terá um perfil diferente do passado, informou há pouco o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Não vai mais ser banco, atrás do sujeito para emprestar”, disse em entrevista à Globonews. “Tem que atuar estrategicamente, com tópico preciso.”

Ele admitiu que o governo cometeu um erro de condução de política no começo da década passada. “Fizemos uma política que prejudicou o etanol”, disse. Ainda assim, está em curso uma revolução tecnológica, com a adoção de motores a energia limpa, e o Brasil segue bem posicionado. Haddad comentou que as estatais brasileiras tem robustez devido aos escândalos envolvendo executivos de carreira.

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Haddad também comentou que, no momento, uma expansão fiscal não deve ajudar a economia brasileira a se recuperar. Ao mesmo tempo, avalia o futuro ministro, há espaços para que o Banco Central opere e reduza os juros.

Questionado, ele voltou a criticar as desonerações tributárias realizadas durante o governo Dilma Rousseff . “Foi um atropelamento geral”, disse. “Nós fomos bem no enfrentamento da crise de 2008. Mas a economia mundial mudou.”

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‘Expansão fiscal não vai ajudar a economia’

Em determinadas situações, é necessário tomar medidas anticíclicas. No entanto, “não existe essa relação de quanto mais eu gasto mais cresce o PIB [Produto Interno Bruto]”, disse Fernando Haddad. E

Haddad comentou que o presidente Jair Bolsonaro inaugurou seu governo com o dólar a menos de R$ 4,00 e está encerrando o mandato com o câmbio acima de R$ 5,00. “Isso é nossa economia se enfraquecendo”, pontuou.

“Não estamos em momento que expansão fiscal vai ajudar a economia. Se houver espaço para estímulo, será monetário; tem espaço para taxa de juros menor e precisamos dar espaço para autoridade monetária.”

Haddad frisou que existem as políticas monetária e fiscal. “Antes, as pessoas imaginavam que não existia política monetária.”

“Se reestruturamos o passivo [das eleições] e sinalizarmos sustentabilidade [fiscal], você traz taxa de juros para o patamar em que ela deveria estar”, afirmou. “Quanto mais cedo fizermos isso, mais cedo vamos colher os frutos.”

Haddad tem planos para se candidatar em 2026?

Por fim, Fernando Haddad afirmou que ser candidato à Presidência da República em 2026 não está no radar neste momento. Ele disse que não tem “esse ânimo” e nem “esse pensamento”.

“Não vou sentar lá [na Fazenda] pensando na próxima eleição”, afirmou em entrevista à GloboNews. “Tenho tempo suficiente para saber que a pior coisa que você pode fazer, de longe, é sentar em uma cadeira pensando na próxima.”

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