Guedes quer intervalo maior entre reajustes dos combustíveis, diz blog

A política de preços da Petrobras tem sido alvo de reiteradas críticas do presidente Jair Bolsonaro

O ministro da Economia, Paulo Guedes (Imagem: Isac Nóbrega/PR)
O ministro da Economia, Paulo Guedes (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que a Petrobras adote uma regra que aumente o intervalo de tempo entre os reajustes dos combustíveis para amortecer a alta volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional. A informação foi publicada no blog da jornalista Malu Gaspar, no site do jornal O Globo.

Se vingar a ideia de Guedes, esse intervalo pode aumentar para 100 dias ou mais.

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De acordo com interlocutores do ministro, essa vem sendo a sua postura nas conversas com o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que assumiu o cargo há uma semana no lugar do almirante Bento Albuquerque. Para Guedes, que é hoje quem mais tem influência sobre esse assunto, os últimos reajustes praticados pela companhia foram excessivamente atrelados à variação de preços causada pela guerra da Ucrânia.

Mais de uma vez ele já disse em reuniões no governo – incluindo as que ocorreram às vésperas da demissão do presidente da Petrobras, Joaquim da Silva e Luna – que, ao invés de o governo dar subsídios para reduzir o preço dos combustíveis, a empresa é que deveria reduzir seu lucro.

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Hoje, a companhia tem obrigação legal de praticar preços competitivos em relação aos do mercado internacional. O estatuto da Petrobras estabelece ainda que, se o governo decidir usar o preço dos combustíveis para “fazer política social” – ou seja, subsidiar a gasolina –, terá que reembolsar a companhia. A política da empresa para os reajustes, porém, é definida pela direção da Petrobras. Ela estabelece que a empresa tem um prazo de doze meses para igualar o preço que pratica aos do mercado, mas não diz com qual frequência os reajustes devem ser feitos.

Dessa forma, a Petrobras vai calibrando os aumentos ou reduções de acordo com suas análises de mercado e projeções de alta ou de queda, para atingir a média dos doze meses aos poucos e não de uma vez só. Os últimos dois reajustes, em maio (do diesel) e em março (geral), aconteceram em intervalos de 60 e de 57 dias, mas já houve um período de 89 dias entre um reajuste e outro.

Na Economia, já houve estudos no passado para o estabelecimento de uma “média móvel” de preços a ser revista a cada 100 dias. Dependendo do tempo que a companhia esperar para reajustar os preços, isso pode resolver um problema político para Bolsonaro, empurrando o próximo reajuste para depois da eleição. Mas é bem provável que não diminua o impacto para o consumidor, já que as projeções no segundo semestre são aumentos contínuos.

Dependendo da política adotada, se a alta do petróleo no mercado internacional tiver sido grande o repasse terá de acontecer de uma só vez.

Qualquer que seja a decisão de Adolfo Sachsida, terá certamente a influência do ministro da Economia. Ao nomear Sachsida, Bolsonaro empoderou Paulo Guedes para tomar parte ela.

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