Em reunião com Lula, Haddad vai defender reoneração de combustíveis, mas aceitaria volta ‘gradual’ dos tributos
Lula, Haddad e presidente da Petrobras se encontram hoje para decidir sobre futuro da desoneração de combustíveis; Fazenda aceita solução 'escalonada'
A cúpula do Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda discutem hoje o possível fim da desoneração dos combustíveis, que expira nesta terça-feira. Segundo integrantes da equipe econômica, Haddad defendeu no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reoneração completa dos tributos incidentes sobre gasolina e o etanol, mas interlocutores admitem que uma “saída” aceita pela Fazenda é a possível elevação “gradual” desses impostos.
Na prática, explicaram fontes próximas à negociação, uma alternativa seria subir o tributo em percentuais ‘graduais’. Nesse sentido, a possibilidade que ganha força nos bastidores é que os tributos da gasolina retornem a incidir em somente 75% do total e os 25% sobre o etanol. Outra conta debatida pelos técnicos é fazer esse aumento em 50% para ambos os produtos, até que se possa reonerar totalmente os combustíveis.
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Haddad, da Fazenda, versus Gleisi, do PT
O tema tem colocado em polos opostos as equipes econômicas e políticiasa do governo. Na sexta-feira, por exemplo, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para defender que a reoneração só pode ser feita depois que o governo conseguir alterar a política de preços da Petrobras.
Da Índia, onde estava por conta das reuniões do G20, Haddad ligou diretamente para Lula no sábado e defendeu o contrário. Na conversa, dizem fontes do Palácio do Planalto, o presidente tranquilizou o ministro da Fazenda.
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A reunião de hoje também conta a com participação do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Na sexta-feira, Lula e Prates já haviam se reunido num encontro que serviu, essencialmente, para que a cúpula do governo discutisse as consequências de um possível impacto da reoneração dos combustíveis, em especial da gasolina, que tem forte impacto sobre a classe média.
Mais cedo, Prates mencionou que a Petrobras deve ter “lucros exorbitantes” ao divulgar na terça-feira seu balanço financeiro do 4º trimestre de 2022.