Debate da Globo: Campanha de Lula mapeia escândalos de Bolsonaro para responder a ataques

A orientação dos estrategistas a Lula é contra atacar os ataques trazendo para o debate as transações nebulosas do orçamento secreto e outras suspeitas

O candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Certa de que Jair Bolsonaro repetirá no debate dos presidenciáveis na noite desta quinta-feira (29), na TV Globo, os ataques que vem fazendo a Luiz Inácio Lula da Silva por causa dos escândalos de corrupção nos governos petistas, a equipe do ex-presidente montou seu próprio arsenal.

“Lula está preparado para a pancadaria. Vai ter chumbo grosso no Bolsonaro também”, avisou um integrante do núcleo duro da campanha petista.

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Nos últimos dias, assessores de Lula mapearam todos os escândalos de corrupção que abalaram a administração do atual ocupante do Palácio do Planalto e organizaram as informações para que o petista parta para cima de Bolsonaro, ao invés de ficar na defensiva, como no debate realizado pela Bandeirantes em agosto.

A ideia é, se for provocado, anular o argumento do presidente da República, usado tanto em debates como nas entrevistas que dá, de que não há corrupção em sua gestão.

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A orientação dos estrategistas a Lula é contra atacar os ataques trazendo para o debate as transações nebulosas do orçamento secreto, o esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC), a compra de imóveis em dinheiro vivo pelo clã Bolsonaro e as denúncias a respeito de tráfico de influência na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.

O uso político da pandemia está alinhado à estratégia petista já colocada em prática no horário eleitoral. O programa de Lula explorou as declarações controversas de Bolsonaro sobre o enfrentamento da Covid-19, o que foi reconhecido por aliados do presidente como um dos mais duros golpes até aqui.

Lula também vem sendo preparado para responder não apenas a Bolsonaro, mas também ao candidato Padre Kelmon (PTB).

No último debate, no SBT, Padre Kelmon agiu como linha auxiliar de Bolsonaro, elogiando o presidente e reforçando seu discurso. Numa dobradinha com Bolsonaro, Kelmon provocou a candidata do MDB, Simone Tebet, sobre feminismo e aborto – um dos temas da “pauta do medo” que tem sido usado por Bolsonaro contra Lula no horário eleitoral.

Líder nas pesquisas, Lula escapou do debate do SBT para evitar desgastes. Ainda assim, foi atacado diversas vezes por Bolsonaro e pelos outros candidatos.

Desde quarta-feira, o ex-presidente da República está reunido com sua equipe no Rio de Janeiro, treinando respostas a perguntas de temas delicados que podem lhe custar votos, como corrupção, aborto e apoio do PT às ditaduras da Venezuela e da Nicarágua.

O treinamento também tem outro objetivo: evitar o fraco desempenho do debate na TV Bandeirantes, no mês passado, quando o ex-presidente se enrolou ao ser confrontado sobre corrupção.

Por Rafael Moraes Moura — Brasília
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