Corrida presidencial: Alckmin se filia ao PSB em nova movimentação para ser vice de Lula

O lançamento da pré-candidatura do petista ao Palácio do Planalto só deve ocorrer no fim de abril

Foto: Reprodução
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Praticamente definido como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se filiou oficialmente ao PSB em evento com tom de campanha eleitoral hoje pela manhã em Brasília. O lançamento da pré-candidatura de Lula ao Palácio do Planalto só deve ocorrer no fim de abril.

Ao discursar, o ex-tucano disse que Lula é hoje quem melhor reflete e interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. “Lula representa a democracia. É fruto da democracia”, disse. “O presidente Lula, se Deus quiser eleito, vai reinserir o Brasil no cenário mundial, vai alargar o horizonte, o desenvolvimento econômico e diminuir essa triste diferença social que temos no país”, complementou.

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O eventual ingresso de Alckmin na chapa presidencial petista representa um aceno ao centro do espectro político e um sinal de moderação ao mercado. Em discurso, o ex-tucano, que deixou o PSDB depois de 33 anos de militância, disse que o momento pelo qual o país passa exigia união de todos.

“Evidente que estamos hoje frente a um momento excepcional na vida brasileira. É preciso olhar para frente. Venho aqui para somar.”

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O ex-governador ressaltou que alguns poderiam estranhar a proximidade dele com Lula. “Disputei com o Lula a eleição em 2006. Fomos para o segundo turno, mas nunca colocamos em risco a questão democrática. Nunca. O debate era de outro nível. Nunca se questionou a democracia”, afirmou.

No evento, também foram filiados o senador Dário Berger e o vice-governador do Maranhão Carlos Brandão. O ato contou com a participação dos governadores Flávio Dino (MA), Paulo Câmara (PE), Renanto Casagrande (ES) e João Azevêdo (PB) e do pré-candidato ao governo de São Paulo, Márcio França.

Logo na abertura, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, deixou claro o tom a ser adotado durante a pré-campanha presidencial. “Não é uma disputa entre esquerda e direita. É uma disputa entre democracia e arbítrio, entre civilização e barbárie”, disse. “Esta anomalia [do governo Bolsonaro] só vai ser encerrada se tivermos capacidade de alargar nossos horizontes”, complementou.

Ao cumprimentar o ex-governador Márcio França, pré-candidato ao governo paulista, Siqueira destacou que ele foi o responsável por trazer Alckmin ao partido. “Não é um contribuição só para o PSB. É uma contribuição para o Brasil”, disse.

Ontem, durante entrevista a uma rádio de São Paulo, o ex-presidente Lula afirmou que Alckmin é um adversário, mas que o fato não impossibilita uma aliança política.

“Alckmin tem muita experiência política. Somos adversários, mas não significa que somos inimigos. Podemos restabelecer pontos de conversa, construir interesses programáticos juntos”, declarou. O ex-presidente repetiu que ainda não definiu oficialmente a sua candidatura, mas que PT e PSB conversarão sobre uma possível chapa após a filiação de Alckmin.

“Se Alckmin se filiar, os partidos vão conversar para consolidar e ver se existe a possibilidade [da chapa]. Vamos ver se é possível, os partidos vão ter que conversar, eu vou ter que sentar com o Alckmin e conversar”, afirmou Lula. O ex-presidente disse que, se Alckmin for o seu vice, seria um grande benefício para o Brasil. “A gente fará um grande governo se ganharmos as eleições”, complementou.

Histórico – De seu antigo grupo no PSDB, Alckmin levou ao PSB os ex-presidentes do PSDB-SP Silvio Torres e Pedro Tobias, além do ex-deputado Floriano Pesaro.

O PT foi representado no ato pela presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann. “É um ato muito importante e relevante para o país. Nunca foi tão necessário somar forças. precisamos encerrar esse tempo de sofrimento que passa o povo brasileiro. Esse é um grande movimento que se faz, de unidade, união. Viva a unidade das forças populares e democráticas na reconstrução do brasil”, discursou.

A ideia da chapa Lula-Alckmin foi incentivada, inicialmente, por Márcio França, um dos principais articuladores da filiação de Alckmin ao PSB. França foi eleito vice na chapa de Alckmin ao governo do Estado em 2014, e assumiu o governo no início de 2018, quando o então governador deixou o cargo para concorrer à Presidência em 2018.

O arranjo eleito com a dobradinha PT-PSB, ganhou apoio do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e, posteriormente, do ex-presidente Lula e de Alckmin.

Fundador do PSDB, Alckmin deixou o partido em dezembro, depois de 33 anos filiado à legenda, por divergências com o governador paulista João Doria, pré-candidato tucano à Presidência. O ex-governador negociava também com PV e Solidariedade.

 

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