Diretor da Binance no Brasil diz à CPI que empresa também é vítima de pirâmides financeiras

Guilherme Nazar afirmou ser favorável à regulação das operações com criptoativos no Brasil

Guilherme Haddad Nazar, diretor da Binance no Brasil: plataforma tem sido usada por pessoas mal-intencionadas. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Guilherme Haddad Nazar, diretor da Binance no Brasil: plataforma tem sido usada por pessoas mal-intencionadas. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O diretor-geral da Binance no Brasil, Guilherme Haddad Nazar, afirmou na quinta-feira (14) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados que a plataforma de compra e venda de moedas virtuais da empresa vem sendo utilizada de maneira indevida por pessoas mal-intencionadas.

Favorável à regulação das operações com criptoativos no Brasil, ele reconheceu que a empresa não paga impostos no País e demonstrou interesse na aquisição de uma corretora de investimentos brasileira.

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“Temos globalmente um time de mais de 750 pessoas que desenvolve políticas de prevenção à lavagem de dinheiro e outros crimes”, informou ao colegiado.

“Temos um processo individualizado pelo qual identificamos o cliente, estipulamos limites, que só podem ser ultrapassados mediante comprovação de capacidade financeira, e definimos que saques e depósitos só podem ocorrer para contas de mesma titularidade”, continuou.

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Nazar, que é sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado como testemunha para explicar a relação da Binance com empresas investigadas pela CPI por esquemas de pirâmide financeira, como a GAS Consultoria e a Rental Coins.

O depoente não utilizou o direito ao silêncio previsto no habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais.

Apesar dos mecanismos relatados por Nazar, o presidente e o relator da CPI, deputados Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Ricardo Silva (PSD-SP), respectivamente, afirmaram que depoimentos de outros investigados ao colegiado mostram que a Binance não conseguiu evitar fraudes envolvendo pirâmides financeiras.

“A CPI convocou os senhores Glaidson Acácio e Francisley Valdevino, de duas empresas distintas, que aplicaram golpes milionários no Brasil. Ambos diziam operar criptoativos pela plataforma Binance”, lembrou Ribeiro.

“É bom o senhor saber: em tudo que é esquema fraudulento que estamos apurando nesta CPI o pessoal fala da Binance, é incrível isso”, reforçou Silva.

Em resposta, o executivo da Binance afirmou que a empresa vem sendo uma das vítimas dos esquemas e reiterou que atua para aperfeiçoar seus processos de controle.

“Em relação a esses casos de pirâmides, nós somos vítimas reputacionais desses maus atores. Gostaria de reiterar que para todas as investigações correntes ou já finalizadas nós trabalhamos de maneira muito próxima e colaborativa com as autoridades”, disse.

O depoente também reconheceu, em pergunta de Ribeiro sobre processos administrativos em andamento, que a empresa responde a um processo administrativo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por ofertar derivativos a brasileiros sem autorização. Segundo Nazar, a falha já foi corrigida.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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