Banco Central: publicações ‘provavelmente’ serão suspensas com retomada da greve

Servidores voltam a paralisar as atividades a partir desta terça-feira

Sede do Banco Central, em Brasília-DF. Foto: Rodrigo Oliveira/BCB
Sede do Banco Central, em Brasília-DF. Foto: Rodrigo Oliveira/BCB

O chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, afirmou nesta segunda-feira (2) que as publicações da autoridade monetária “provavelmente” serão suspensas com a retomada da greve a partir desta terça-feira (3).

“De fato, as paralisações parciais e a greve têm impedido uma série de trabalhos internos do BC, incluindo a compilação de estatística. Da mesma forma que foi comunicado anteriormente pelo Banco Central, a mesma situação provavelmente vai se repetir a partir de amanhã e, portanto, [será] a mesma comunicação”, disse Rocha durante a apresentação das estatísticas fiscais de fevereiro, que forma divulgadas com um mês de defasagem em virtude da mobilização.

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Os dados divulgados hoje estavam previstos para o fim do mês passado. Na semana passada, sairiam os dados de março, que seguem sem previsão de publicação.

“O BC comunicou logo no começo de abril que durante a greve as publicações seriam suspensas e, assim que fossem retomadas, avisaria os jornalistas com pelo menos 24 horas de antecedência. A mesma situação provavelmente vai se repetir amanhã. O mesmo cenário que tivemos em abril vai se colocar. O BC permanece com política de avisar a publicação das estatísticas com pelo menos 24 horas de antecedência”, reforçou.

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Os servidores do BC aprovaram na última sexta-feira a retomada da greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. A categoria havia decidido suspender a mobilização no último dia 19 e deu prazo até 2 de maio para que o governo fizesse uma proposta formal, o que, segundo o sindicato que representa os trabalhadores, não ocorreu.

A suspensão da greve se deu após reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sob promessa de reajuste de 5% e implementação de dois itens da pauta não-salarial, que não foram detalhados pela entidade.

Além disso, segundo a entidade, Campos se comprometeu a conseguir uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ainda em abril. O presidente do Sinal, Fabio Faiad, afirmou que a categoria deu “um voto de confiança” ao presidente da autoridade monetária por ter avançado na pauta de reivindicações.

Os servidores, contudo, declararam que 5% seriam insuficientes e apresentaram contraproposta com reajuste de 27% concedido apenas a partir de 1º de julho. A proposta original previa reposição já no primeiro semestre deste ano.

A greve dos servidores adiou uma série de divulgações do BC, que voltaram a ser publicadas após a suspensão da mobilização, mas muitos dados ainda estão atrasados. Procurado, o BC afirmou que não comenta e não esclareceu se a rotina de publicações será afetada.

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