A ‘terceira via’ ainda pode emplacar? Kassab avalia rumos da corrida presidencial

Presidente do PSD diz que pesquisa Datafolha consolida disputa entre Lula e Bolsonaro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para Gilberto Kassab, presidente do PSD, os números da pesquisa Datafolha mostram uma polarização consolidada entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), com muita dificuldade de viabilização de um candidato da terceira via.

Nesse sentido, diz, o PSD tende a liberar os filiados a apoiarem quem preferirem nas eleições presidenciais.

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“Todos sabem que eu sempre tive entusiasmo muito grande para uma terceira via como alternativa pelo PSD, primeiro com Rodrigo Pacheco, depois com Eduardo Leite. Vejo, e a própria pesquisa mostra isso, que em uma polarização tão clara, há muita dificuldade de surgir uma alternativa”, diz Kassab à reportagem.

Ainda que veja uma tendência configurada, ele diz ser muito cedo para declarar que a terceira via fracassou. “Falta muito tempo, vamos esperar um pouquinho. Tem vezes que o cenário muda em uma semana, imagine quatro meses”, diz.

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Após os abandonos de Sergio Moro (União Brasil) e João Doria (PSDB), os principais representantes da chamada terceira via são Ciro Gomes (PDT), André Janones (Avante), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil).

A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (26) mostrou Lula com 21 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro, liderando a disputa presidencial com 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% do principal adversário.

O ex-presidente venceria a eleição de 2022 no primeiro turno se o pleito fosse hoje, com 54% dos votos válidos, ante 30% do presidente.

Para Kassab, o movimento de subida de Lula e queda de Bolsonaro é reflexo da situação econômica do país e também está relacionado à atuação do atual presidente durante a pandemia.

Bolsonaro recomendou remédios sem eficácia, disseminou informações falsas sobre vacinas, fez piadas a respeito de pessoas contaminadas com Covid-19 e falhou em oferecer estrutura médica adequada para tratar de todos os pacientes.

“Os números mostram aquilo que todos previam. A economia está trazendo enormes dificuldades para o Bolsonaro, pois é a principal preocupação dos brasileiros. O nível de desemprego continua muito alto, a inflação, em especial nas camadas menos favorecidas, também é expressiva e dificulta a recuperação do poder aquisitivo. Ouvimos infelizmente as histórias de pessoas que não comem mais carne, que trocam carne por ovo. Tem o problema do combustível. Tudo contribui para a pesquisa”, lista o ex-prefeito.

“O Datafolha mostra que o presidente não se recuperou do péssimo desempenho que teve na pandemia, que chocou a todos”, completa.

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