Voo de galinha? PIB do Brasil acelera neste ano, mas esfria em 2025, prevê BofA
Maiores gastos do governo, desemprego baixo e aceleração do crédito ajudam a explicar o PIB maior neste ano, avaliam economistas
A economia brasileira crescerá num ritmo superior às previsões anteriores. Mas o provável aumento da Selic vai esfriar a atividade no PIB do Brasil no ano que vem.
Esse é o resumo do relatório do Bank of America nesta segunda-feira (16).
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De acordo com os economistas David Beker, Gustavo Mendes e Ezequiel Aguirre, três fatores ajudam a explicar a expansão mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano.
- Gastos do governo – O governo previa terminar 2024 com déficit zero no Orçamento. Mas agora projeta um déficit de R$ 28 bilhões. Segundo o Bofa, o pagamento de Precatórios (R$ 93 bilhões) em dezembro de 2023 acelerou o estímulo fiscal. “Isso criou pressão para o BC aumentar as taxas de juros para ajudar a reancorar as expectativas de inflação”, diz o relatório do BofA.
- Baixo desemprego – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no país ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho, ante 7,9% do mesmo período em 2023.
- Aceleração do crédito – Segundo o BC, em12 meses até julho, o saldo total do crédito sistema financeiro avançou 10,3%.
Por isso, a economia deve crescer mais neste ano, como mostra a tabela abaixo, segundo o BofA:
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Crescimento estimado do PIB brasileiro (em %) | 2024 | 2025 |
Previsão anterior | 2,7% | 2,5% |
Previsão atual | 3% | 2% |
Stop and go
Isso, mesmo considerando uma desaceleração neste segundo semestre de 2024, à medida que o efeito de gastos governamentais diminui e a economia sente os efeitos de juros maiores.
“E o Banco Central provavelmente começará a aumentar esta semana”, acrescentaram os economistas.
A expectativa majoritária do mercado é de que nesta semana o BC eleve a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano.
Assim, a taxa básica de juros pode se aproximar de 12% ao ano no começo de 2025. Isso para evitar uma escalada da inflação.
Em contrapartida, como efeito do juro mais alto, como a economia deve desacelerar.
“Isso deve permitir que o BC reverta o curso e comece a cortar as taxas até o final de 2025”, afirmaram os economistas do banco.
O BofA espera que a Selic termine este ano em 11,75%, mas volte para 10,75% no fim de 2025.