Petrobras (PETR4): há demissões e demissões

O que esperar ao certo da nova presidenta? Os planos traçados para o ano vão seguir? Ninguém agora sabe ao certo

O presidente Lula e o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, na cerimônia de retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula e o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, na cerimônia de retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Há demissões. E demissões.

A feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (14) tem tudo para trazer uma dose adicional – e forte – de instabilidade para a Petrobras (PETR4).

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A estatal, vale lembrar, não vive os seus melhores dias na bolsa de valores.

Assim, se os papeis da companhia valorizaram quase 60% desde maio do ano passado, patinam em alta discreta de 8,5% em 2024.

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Resultado que é fruto de ruídos de toda ordem: da própria especulação anterior em torno da demissão de Jean Paul Prates, da decisão inicial de não pagar dividendos extraordinários e por aí vai.

Ao que tudo indica, o dia de hoje será ruim para a estatal. E a desvalorização das ADRs da companhia em Nova York é um claro sinal disso.

Era uma demissão evitável. Ou uma decisão que deveria ter sido tomada antes.

Antes da Petrobras (PETR4) voltar atrás na política de dividendos, antes da companhia divulgar seus resultados no primeiro trimestre do ano e, na conversa com a imprensa e analistas, fazer uma série de perspectivas para o futuro.

Conforme ótima reportagem de Aluísio Alves na Inteligência Financeira, a estatal fez uma série de conjecturas em torno do futuro.

  • Planeja novo programa de recompra de ações
  • Possíveis aquisições na área de energia eólica
  • Nova data para o pagamento de dividendos extraordinários, que sairia até o fim de 2024
  • Empresa estava confortável com o atual preço dos combustíveis.

Tudo isso, agora, está em xeque.

A estratégia pode se manter ou pode mudar com a nova gestão. Ninguém sabe ainda ao certo o que esperar de Magda Chambriard, provável nova presidente da companhia.

Como eu disse: há demissões e demissões.

Lá atrás no tempo, na década de 1990, uma demissão abriu espaço para Fernando Henrique Cardoso se tornar uma espécie de primeiro ministro do governo Itamar Franco.

A demissão no caso foi de Paulo Cesar Ximenes, que foi ‘saído’ do Banco Central por Itamar sem consulta prévia ao ministro da Fazenda, Fernando Henrique. A decisão abriu uma crise na equipe econômica que então começava a rascunhar o que viria a ser o Plano Real.

Mas ao sair, involuntariamente, Ximenes abriu espaço para FHC, que após uma conversa com Itamar, levou ao governo Pedro Malan, que assumiu a presidência do Banco Central. E de André Lara Resende, que tomou conta da fase final da renegociação da dívida externa brasileira com o Fundo Monetário Internacional.

Estaria formada, assim, boa parte da equipe que acabaria com a inflação no Brasil.

Mas há demissões e demissões.

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