Petrobras diz que momento é de ‘alta volatilidade’ e não pode antecipar decisões sobre combustíveis

Política de reajustes da companhia voltou a ser alvo de discussões e polêmicas desde aumentos anunciados no começo de março

Edifício sede da Petrobras no Centro do Rio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Edifício sede da Petrobras no Centro do Rio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Petrobras divulgou nota na manhã desta sexta-feira (18) com posicionamento sobre política de reajuste de preços de combustíveis da empresa, alvo de discussões e polêmicas desde aumentos anunciados pela empresa, em 10 de março, nos preços nas refinarias de gasolina (18,7%); diesel (24,9%) e GLP (16%). Além de reforçar o posicionamento sobre os ajustes, a companhia frisou que o atual momento “é desafiador e de alta volatilidade” e que não poderia antecipar decisões sobre manutenção ou ajustes de preços.

No comunicado, a empresa lembra que, nos últimos meses, o mercado internacional de petróleo vem enfrentando elevada volatilidade, com a pandemia, e impactos e incertezas relacionados à doença, como pano de fundo. Mais recentemente, as tensões geopolíticas na Europa, com o conflito no Leste Europeu adicionaram mais uma componente de volatilidade, tendo culminado com a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, recordou a companhia.

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A Petrobras detalhou que, em um primeiro momento, apesar da disparada dos preços internacionais, a Petrobras, ao avaliar a conjuntura de mercado e preços conforme governança estabelecida, decidiu não repassar de imediato a volatilidade. Após o ocorrido no exterior, a empresa focou em monitoramento diário dos preços de petróleo. E que, “somente no dia 11 de março, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados”, a Petrobras implementou ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras de gasolina, diesel e GLP, comentou a empresa.

A companhia informou que os valores aplicados naquele momento, apesar de relevantes, “refletiam somente parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo” — fortemente impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia, lembrou a empresa.

“Esse movimento da companhia foi no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que, antes da Petrobras, já haviam promovido ajustes nos seus preços de venda, e necessário para que o mercado brasileiro continuasse sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, completou a petroleira.

No informe, a empresa ressaltou seguir todos ritos de governança em suas ações, e que busca equilíbrio com o mercado – ao mesmo tempo em que evita repassar para os preços internos as volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais, no entendimento da companhia.

“Esse posicionamento permitiu que os preços nas refinarias da Petrobras tenham permanecido estáveis por 152 dias para o GLP, e 57 dias para a gasolina e o diesel, mesmo nesse quadro de ascensão do preço internacional”, recordou ainda a companhia, no informe sobre o tema.

Na mesma nota, a Petrobras reconheceu ainda a nova volatilidade nos preços de derivados de petróleo, no exterior. A empresa, no comunicado, declarou ter observado redução dos níveis de preços internacionais de derivados, “seguida de forte aumento no dia de ontem”. No entanto, a empresa observa que não pode antecipar decisões sobre o tema.

“A Petrobras tem sensibilidade quanto aos impactos dos preços na sociedade e mantém monitoramento diário do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade, não podendo antecipar decisões sobre manutenção ou ajustes de preços”, frisou a empresa no informe.

A petroleira termina o comunicado ressaltando o atual momento de incertezas no setor, que tem conferido ambiente com desequilíbrio nos patamares de oferta e demanda. “Seguimos em ambiente de muita incerteza, com aumento na demanda por combustíveis no mundo, num momento em que os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia impactam a oferta, gerando uma competição no mundo pelo fornecimento de produtos, o que reforça a importância de que os preços no Brasil permaneçam alinhados ao mercado global para assegurar a normalidade do abastecimento e mitigar riscos de falta de produto”, afirmou a empresa, em seu informe sobre o assunto.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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