Petrobras aprova R$ 35,8 bi em dividendos

Empresa registrou lucro líquido de R$ 43,3 bilhões no 4º trimestre, alta de 37,6% sobre igual período de 2021

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Apesar das críticas do governo aos altos dividendos pagos pela Petrobras aos acionistas nos últimos anos, a empresa anunciou na noite de ontem que aprovou a distribuição de R$ 35,8 bilhões relativos ao resultado do quarto trimestre de 2022.

No período, a petroleira registrou lucro líquido de R$ 43,3 bilhões, alta de 37,6% na comparação com outubro-dezembro de 2021. No total, a distribuição aos investidores pode chegar a R$ 215,7 bilhões referentes ao exercício de 2022. O valor é mais do que o dobro do aprovado em 2021, quando a remuneração aos investidores, incluindo a União, somou R$ 101,4 bilhões.

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O valor proposto para os dividendos, no entanto, ultrapassa a fórmula da política de remuneração aos acionistas da empresa em R$ 6,5 bilhões. A proposta da companhia é manter esse valor em reserva estatutária, situação que será levada à aprovação dos acionistas. A Petrobras informou que a finalidade da reserva ainda não foi definida e confirmou que os R$ 6,5 bilhões estão incluídos nos R$ 35,8 bilhões aprovados para remuneração aos acionistas.

Em 2020, o valor dos dividendos havia sido de R$ 10,3 bilhões e, em 2019, de R$ 10,7 bilhões. A Petrobras ficou sem realizar distribuições aos acionistas entre 2014 e 2017 por causa do alto endividamento, mas o equacionamento da dívida nos últimos anos permitiu o retorno das distribuições, o que vem sendo criticado pelo PT desde a campanha eleitoral.

A companhia também comunicou ontem lucro líquido recorde em 2022, de R$ 188,32 bilhões, alta de 76,6% ante os R$ 106,7 bilhões de 2021, o quinto ano consecutivo de lucro. Segundo a Petrobras, o resultado se deve à alta de 43% do Brent, a maiores margens de derivados e a um melhor resultado financeiro.

Além disso, a empresa citou benefícios de efeitos não recorrentes, como ganhos com acordos de coparticipação em campos da cessão onerosa de Sépia, Atapu e Búzios, bem como a venda de ativos. A Petrobras anunciou ontem que recebeu ofício do Ministério de Minas e Energia (MME) pedindo a suspensão da venda de ativos por 90 dias. O conselho de administração da empresa vai analisar o pedido para que instâncias internas de governança da estatal avaliem riscos jurídicos da demanda do MME.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo Alves, afirmou que os resultados da companhia em 2022 sintetizam uma “longa trajetória de superação de enormes desafios, gestão eficiente, escolhas estratégicas consistentes”. Segundo ele, em mensagem aos acionistas e investidores incluída nas demonstrações do resultado da companhia em 2022, a Petrobras foi capaz de diversificar os destinos das exportações e praticar preços competitivos no ano passado. O executivo afirmou que a empresa recolheu valor recorde de R$ 279 bilhões em tributos e participações governamentais em 2022.

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