Ações de frigoríficos fecham em alta após casos de peste suína na China; a exceção foi BRF (BRFS3), que ficou estável
Itaú BBA diz que um novo surto da doença não deve ser mais impactante que o observado entre 2019 e 2020
O setor de frigoríficos registrou alta na Bolsa nesta quinta-feira (16), após notícias de novos casos de peste suína africana na China, que podem prejudicar a produção de carne de porco no país e elevar a demanda pelo produto brasileiro.
A agência de notícias Reuters relatou “alguns casos” da doença, mas o mercado se lembra de um surto entre 2019 e 2020 que fez a produção de carne suína despencar de 11 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas no ano.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Marfrig ON, JSB ON e Minerva ON tiveram altas de 3,35%, 3,79%, 2,17%, respectivamente. A exceção foi BRF ON, que fechou estável.
Dados do TradeMap mostram que o valor de mercado das cinco empresas do setor (considerando a Minupar) tiveram crescimento de R$ 4,41 bilhões até às 12h. A JBS teve o maior crescimento nominal, de R$ 3,15 bilhões.
Entre as maiores altas, LocaWeb ON subiu 13,04% e Petz ON, 8,08%. Na ponta negativa, as units da Taesa cederam 4,03% e Eneva ON, 3,07%.
Em relatório, o Itaú BBA destacou que um surto de PSA em 2023 não tem o mesmo potencial que tinha há quatro anos. A reportagem da Reuters afirma que a doença pode afetar “apenas” 10% da produção chinesa, contra uma queda de 30% em 2020.
O BBA ainda aponta que os frigoríficos chineses elevaram os padrões de higiene na produção justamente para se proteger contra a PSA.
Porém, caso o surto se intensifique, o Itaú BBA diz preferir ficar exposto a exportadores de carne bovina em vez da suína ou de aves. “Mantemos preferência pelos papéis da JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) do que outros nomes no setor, já que as empresas também negociam com valuation ainda atrativo. O risco de contágio da peste suína na China é um gatilho de valorização para os frigoríficos brasileiros”, comenta o analista Gustavo Troyano.