Os planos de Fábio Barbosa para a Natura

Executivo substitui Roberto Marques no comando da companhia

Foto: Agência O Globo
Foto: Agência O Globo

O executivo Fábio Barbosa vai assumir o comando da Natura com a responsabilidade de recuperar as margens e os resultados da companhia. Há três meses, os cofundadores da gigante nacional de cosméticos — Guilherme Leal, Luiz Seabra e Pedro Passos — começaram a negociar a troca de comando da empresa.

“Eu sempre fui muito atuante [no conselho]. Há pelo menos seis meses, a companhia já vinha discutindo a mudança de estratégia”, contou o executivo ao Valor. Barbosa, que é sócio da Gávea Investimentos e conselheiro da Ambev e Itaú Unibanco, e aceitou o convite dos fundadores para assumir a presidência-executiva do grupo.

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Entre as estratégias que serão colocada em prática estão descentralização das quatro marcas — Avon, Aesop, The Body Shop e Natura (com Avon) na América Latina. Essas áreas, segundo o executivo, vão ganhar mais autonomia. Elas estavam subordinadas ao corpo executivo da holding.

“Os dirigentes das marcas vão ter mais autonomia para responder às suas especificidades. É o que eu chamo de autonomia com responsabilidade”, explicou. Cada área vai refazer seu plano estratégico e a holding vai cuidar dos planos e metas do grupo como um todo.

Nos próximos meses, os planos de cada área serão revistos. “A ideia é que o grupo mantenha o foco nos mercados existentes para que possamos recuperar as margens, que estão caindo nos últimos anos, e ver o que cada uma das marcas precisa fazer para que a companhia recupere a rentabilidade.”

Barbosa afirmou que o atual CEO, Roberto Marques, foi importante para promover a internacionalização da companhia. Esse processo ocorreu com importantes aquisições nos últimos anos. Neste momento, contudo, a ordem é olhar para dentro. “Entendemos que não há espaço para novas aquisições.”

Marques permanecerá no conselho, mas o cargo de “executive chairman” que ele ocupava foi extinto. “Ele será importante nesse momento de transição.”

Nos últimos meses, as ações da companhia tiveram forte queda — em um ano, acumulam desvalorização de 74%. No ano, queda de 41%, segundo levantamento do Valor Data.

Além da pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia afetou os resultados da Natura, explica Barbosa. A expectativa é de que a companhia recupere os resultados com a reestruturação em curso e a retomada da economia no país e lá fora. Contudo, ficou claro para os cofundadores da companhia que o modelo de busca de sinergia que estava em curso tirava das unidades de negócio a capacidade de reagir rapidamente aos seus mercados.

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