Os planos da Ambev para o mercado de cervejas no Brasil

Fabricante ajusta estratégia de preços e mix para bares e restaurantes e espera volta de rentabilidade

Foto: Pixabay
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Se como empresa a Ambev quer que o mercado olhe mais para o indicador de retorno sobre o capital investido (Roic, na sigla em inglês), para o negócio de cervejas no Brasil o objetivo a curto e médio prazo é mesmo melhorar as margens, como deixou claro o presidente do grupo, Jean Jereissati, no primeiro dia de apresentação a investidores e analistas de mercado. “As margens devem voltar aos 30 e tantos”.

No segundo dia de apresentações, a fabricante das cervejas Brahma, Skol e Antarctica começou mostrando como está sua principal operação: o mercado de cervejas no Brasil. De 2019 a 2021, a receita líquida por hectolitro de cerveja da Ambev registrou uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5,8%, abaixo da inflação do período, cujo CAGR foi de 7,2%.

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De acordo com o presidente da unidade de cervejas Brasil, Eduardo Lacerda, a Ambev está no trabalho de ajustar um problema estrutural. Clientes do canal on trade, ou seja bares, restaurantes e pequenos varejos, estavam comprando mais embalagens one way (não retornáveis) e conseguindo preços mais baixos em atacarejos e outros distribuidores.

A partir de 2020, então, a empresa começou a reajustar suas atividades de gerenciamento de receitas, avaliando o mix, desde as marcas no portfólio até o tamanho das embalagens. Além disso, o aumento de escala da Bees deu mais competitividade à distribuição Ambev ante outros canais de venda e ajudou a aumentar a relevância no on-trade.

Entre as apostas da Ambev está a maior participação de embalagens menores, de 300 ml, por serem mais acessíveis. No mix, o portfólio premium também cresceu, acompanhando o avanço da maturidade do mercado brasileiro de cervejas, especialmente nas embalagens de 600 ml.

Por fim, nas embalagens maiores, de 1 litro, a aposta da Ambev está no segmento core plus, com Brahma Duplo Malte e Spaten, que tem preços intermediários. Esse segmento teve um CAGR de 24% de 2019 para 2021.

Lacerda diz que os ajustes impactaram a taxa de crescimento da receita, mas foram importantes para resolver os problemas estruturais e recuperara o impeto do canal de bares e restaurantes. “Estou confiante de que nossa estratégia vai continuar a nos levar a crescimento.”

A confiança do executivo também se dá pelo aumento da frequência de consumo de cerveja por semana, que chegou a 2,6 vezes em dezembro de 2021, acima dos 2,2 vezes do pré-pandemia. Entre as regiões com crescimento mais evidente estão Centro-Oeste, Nordeste e Norte, que ainda têm maior potencial de crescimento de consumo per capita do que outras regiões.

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