Oferta de ações da Hapvida (HAPV3) movimenta R$ 1,06 bi

Demanda foi forte, o que permitiu precificar ação a R$ 2,68, sem desconto em relação ao fechamento de ontem e pouco acima do valor no lançamento da operação

Unidade da Hapvida (HAPV3). Foto: Divulgação
Unidade da Hapvida (HAPV3). Foto: Divulgação

A oferta subsequente de ações (“follow-on”) da empresa de saúde Hapvida (HAPV3) movimentou R$ 1,06 bilhão, com a ação precificada a R$ 2,68, apurou o Valor. Os recursos levantados na operação, que irão diretamente para o seu caixa, ajudarão a companhia a ajustar seu balanço, que está alavancado e sofrendo com o alto custo do serviço da dívida, que vem pesando por conta das altas taxas de juros no país.

A empresa vendeu, assim, o lote principal da oferta, que correspondeu a 329.339.600 ações, e ainda o lote adicional (“hot issue”), ou seja, 65.867.920 papéis, disseram fontes. Foram coordenadores da oferta o Bank of America, UBS BB, BTG Pactual e Itaú BBA.

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A demanda da oferta foi forte, o que permitiu que o preço da ação fosse colocado sem desconto em relação ao fechamento de ontem (R$ 2,66) e ainda pouco superior ao preço no lançamento da operação, que estava na ocasião em R$ 2,65.

No entanto, fontes de mercado afirmam que a operação, no fim do dia, foi pequena, visto que a oferta prioritária, ou seja, aquela destinada aos atuais acionistas, especialmente a família Pinheiro Koren, que já tinha se comprometido a comprar os papéis para garantir o sucesso da oferta. Com isso, disse uma fonte, apenas uma fatia de cerca de R$ 300 do total do follow-on foi vendida ao mercado.

Sem contar a oferta prioritária, disseram fontes, a demanda de investidores foi superior a dez vezes o volume de papéis ofertados, o que permitiu a venda sem desconto em relação ao preço de tela, algo comum em follow-ons.

No final do mês passado, juntamente com o lançamento da oferta de ações, a companhia já tinha informado ao mercado que a família controladora da Hapvida tinha fechado uma operação de “sale and leaseback” (SLB) de dez imóveis da companhia, no valor de R$ 1,25 bilhão, para um veículo de investimento da família.

A operadora também colocou à venda dois ativos não estratégicos, conforme antecipado pelo Valor, a Resgate São Francisco, de transporte de pacientes, e a empresa de tecnologia voltada à saúde Maida.

No início de 2021, a Hapvida anunciou uma fusão com a NotreDame Intermédica, criando uma operadora que hoje tem cerca de 16 milhões de beneficiários de planos de saúde e dental, o que representa cerca de 20% desses mercados. A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em janeiro do ano passado e a combinação dos negócios teve a seu favor o fato de que as companhias são similares, mas atuam em praças distintas. Enquanto a Hapvida está presente no Norte e Nordeste, a Intermédica é forte no Sudeste.

Na semana que vem, outra importante empresa do setor de saúde, a Dasa, da família Bueno, deverá lançar novo follow-on para reduzir o seu endividamento.

Por Mônica Scaramuzzo e Fernanda Guimarães, do Valor Econômico

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