Nubank: previsão de lucro maior não muda recomendação do BofA

Banco americano avalia que Nubank foi rápido em ajustar estratégia e acabou se tornando lucrativo antes do esperado

Nubank passa por uma reestruturação em seu programa de BDRs e vai transformar os BDRs de nível III em nível I Não Patrocinado - Foto: Divulgação
Nubank passa por uma reestruturação em seu programa de BDRs e vai transformar os BDRs de nível III em nível I Não Patrocinado - Foto: Divulgação

O Bank of America (BofA) elevou suas previsões de lucro para o Nubank, após os resultados positivos do quarto trimestre, mas manteve o preço-alvo de US$ 5,50 e a recomendação “neutra”, argumentando que a ação já é negociada em um patamar elevado.

O BofA aponta que, pouco mais de um ano após seu IPO, realizado em dezembro de 2021, o Nubank enfrentou um ambiente operacional mais desafiador do que o esperado, o que expôs a característica cíclica do negócio, mas por outro lado a gestão foi rápida em ajustar sua estratégia e acabou se tornando lucrativo mais rápido do que o previsto.

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“Houve muitos pontos positivos, incluindo: crescimento e engajamento mais rápido da base de clientes; melhor receita média por cliente (Arpac), embora se beneficiando de altas taxas de juros; melhoria da eficiência, destacando a significativa alavancagem operacional da plataforma, já que o custo de servir permaneceu relativamente estável; e o lucro líquido e a rentabilidade superaram as expectativas”, aponta o BofA.

No lado negativo, a inadimplência se deteriorou em um ritmo mais rápido, dado o contexto macroeconômico mais difícil, retardando a originação de empréstimos pessoais. As licenças no México e na Colômbia enfrentaram atrasos, embora os indicadores operacionais nesses países estejam melhorando mais rapidamente do que as operações brasileiras em um estágio semelhante. Outras verticais de receita foram mais lentas para se desenvolver, especialmente investimentos e marketplace. E os custos de financiamento foram impactados pelos juros elevados, levando a administração a revisitar sua estratégia de remuneração de depósitos.

Entre os desafios para o Nubank este ano, os analistas apontam que a instituição precisará crescer com sucesso no crédito consignado, provando que pode diversificar além de um produto (cartão de crédito); ganhar participação (share of wallet) entre clientes de alta renda no Brasil; continuar a melhorar sua estrutura de funding; aprimorar a monetização dos clientes por meio do desenvolvimento de outras verticais de receita; e aumentar as operações no México e na Colômbia.

O BofA elevou sua projeção de lucro para o Nubank este ano em 60%, para US$ 504 milhões, e para 2024 em 26%, para US$ 923 milhões.

As ações do Nubank caíam acima de 3% na Bolsa de Nova York nesta terça-feira (7), próximo a US$ 4,80. Desde o IPO, quando foi precificado a US$ 9, o papel recuava mais de 45%.

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