Nubank despenca 14,55% e tem queda recorde após divulgar primeiro balanço
A ação terminou o pregão cotada a US$ 7,52, o que significa uma queda de 16,44% desde que o IPO foi precificado, a US$ 9
O Nubank fechou hoje em queda de 14,55% e registra a maior queda desde que abriu capital na Bolsa de Nova York, em 9 de dezembro. A ação terminou o pregão cotada a US$ 7,52, o que significa uma queda de 16,44% desde que o IPO foi precificado, a US$ 9. Mesmo assim, ainda está acima da sua mínima histórica, de US$ 6,75, registrada em 28 de janeiro.
A derrocada acontece no dia seguinte ao primeiro balanço do Nubank como companhia aberta, que inicialmente foi bem visto pela maioria dos analistas. Os mercados americanos caíram hoje, ainda sob pressão das tensões envolvendo a Ucrânia, mas a retração foi bem menor, de 2,57% no caso do Nasdaq.
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O consenso dos analistas era que o Nubank teria prejuízo ajustado de US$ 10 milhões e chegasse a 51,8 milhões de clientes no quarto trimestre. A fintech teve lucro de US$ 3,2 milhões e bateu 53,9 milhões de clientes, ou seja, superou as previsões. As ações chegaram a subir quase 10% no after hours ontem, mas já iniciaram o dia hoje em queda.
Alguns analistas elencam pontos de atenção no balanço do Nubank. Para o Itaú BBA, os resultados foram mistos. Enquanto a margem financeira acelerou o crescimento da receita total, com a carteira em alta e a inadimplência sob controle, a receita de serviços ficou aquém do esperado e as despesas aceleraram.
“Os resultados não mudam nossa visão cautelosa sobre a ação. Esperava-se que as receitas melhorassem este trimestre e elas terminaram um pouco abaixo das previsões. Os desafios cíclicos e estruturais que acreditamos justificar o valuation da companhia pareciam estar presentes durante o trimestre.”
Para o BTG, dada a curta duração de sua carteira, se os empréstimos desacelerarem, o faturamento do Nubnnak naturalmente desacelera, tornando ainda mais difícil justificar seu alto valuation. Os analistas apontam que, durante a teleconferência com analistas, o CEO, David Veléz, mencionou que o Nubank já está esperando uma deterioração da qualidade dos ativos em seus modelos internos, se o cenário piorar. Além disso, disse Veléz, desacelerar o crescimento seria aceitável, como aconteceu após a primeira onda de lockdowns com a pandemia, em março de 2020.
“Dito isso, embora gostemos do caso qualitativamente falando, mantemos nossa recomendação de ‘venda’ por enquanto”.
Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.