Professores e estudantes protestam na B3 contra leilão de escolas em SP

Professores e estudantes protestam, na manhã desta terça-feira (29), em frente à B3, no centro da capital paulista, contra o leilão de escolas promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os manifestantes temem um sucateamento das unidades de ensino em todo o Estado. Leia mais: Governo de SP faz leilão do Lote […]

Professores e estudantes protestam, na manhã desta terça-feira (29), em frente à B3, no centro da capital paulista, contra o leilão de escolas promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os manifestantes temem um sucateamento das unidades de ensino em todo o Estado.

  • Leia mais: Governo de SP faz leilão do Lote 1 de escolas, sob protesto de sindicato

Um forte esquema de segurança foi montado em frente à B3, com policiais militares e guardas civis metropolitanos. O quarteirão onde fica o prédio da bolsa de valores foi isolado com grades e os manifestantes foram impedidos de ficar em frente ao local.

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Nesta terça-feira (29), Tarcísio participa do leilão da parceria público-privada (PPP) de novas escolas – lote oeste, para a construção de unidades escolares pelo setor privado. O projeto do governo prevê que empresas fiquem responsáveis pela construção, adequação e manutenção predial de 33 novas unidades escolares no Estado pelo prazo de 25 anos, com investimento previsto de R$ 2,1 bilhões.

Dezenas de estudantes de escolas estaduais protestam no local. Entre os grupos de jovens, estão integrantes da União da Juventude Rebelião (UJR) – Unidade Popular. A estudante Ana Leite, representante da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), disse que o temor é em relação a uma possível precarização das escolas estaduais. “O problema é que as escolas já estão sucateadas. A privatização não vai resolver o problema”, disse Ana, estudante da ETEC de Mauá.

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“Todas as empresas que foram privatizadas geraram problemas para os trabalhadores e para a população. É só ver a Enel em São Paulo”, disse, citando a concessionária de distribuição de energia, que recentemente deixou milhões de pessoas sem energia elétrica por vários dias em São Paulo. A estudante do curso técnico de enfermagem relatou que, em sua escola, há problemas de manutenção, de falta de funcionários e de infraestrutura dos laboratórios.

“Vamos recorrer até a última instância”

Presidente da Apeoesp, associação dos professores, e deputada estadual, a professora Bebel (PT) disse que o leilão das escolas poderá levar a uma “privatização” das unidades de ensino. “É uma privatização que não terá mais limites. Eles falam que será a privatização da administração, mas não tem como separar a administração da gestão”, disse. “Vamos recorrer até a última instância”, disse Bebel.

Primeiro-presidente da entidade, Fabio Barros defendeu que as escolas sejam “totalmente públicas”. “O governador foi eleito para fazer a gestão da política pública. Somos totalmente contrários à entrega das escolas para a iniciativa privada”, disse Barros. “As empresas receberão os recursos públicos da educação e eles vão querer lucrar em cima disso.”

“Abertura para a privatização da educação”

O deputado estadual Carlos Giannazi (Psol) disse que o leilão é a “abertura para a privatização da educação”. “Vai canalizar o dinheiro público da educação para as empresas privadas terem lucro em cima dos serviços públicos. A empresa vai receber o orçamento da educação e vai lucrar com isso”, reiterou o parlamentar.

“É ilegal, é um desvio da finalidade. Logo mais vão começar a privatizar a parte pedagógica, como fizeram no Paraná”, disse Giannazi, em referência à atuação do secretário estadual de Educação, Renato Feder, que ocupou o mesmo cargo no Paraná.

*Com informações do Valor Econômico

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