Oferta de minério de ferro deve justificar preço acima de US$ 90 por tonelada, diz VP da Vale
Executivo da Vale afirma que demanda por minério de ferro deve "ficar estável" em 2025, mesmo com leve recuo em procura pela China
A oferta global de minério de ferro deve manter o preço da commodity a US$ 90 ou mais por tonelada afirma Rodrigo Andrade, vice-presidente da Vale. Segundo o executivo, este é o piso suficiente para atender a demanda global, e, se o minério se manter a este nível, a demanda transoceânica pelo ferro deve chegar até a 1.500 milhões de toneladas até 2030.
Durante a convenção da Vale com investidores em Nova York, Andrade antecipou que o mercado de preços de minério de ferro deve se manter mais estável em 2025, mesmo considerando que “haverá alguma volatilidade”. No entanto, a demanda da China pelo minério deve recuar adiante.
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Vale quer flexibilizar produção de minério de ferro
A demanda por minério de ferro de alta qualidade está em queda, diz Andrade. O executivo afirma que a Vale tem a capacidade de flexibilizar a produção para atender siderúrgicas, “que hoje estão operando com margens mais baixas”.
A queda entre lucros e despesas na cadeia de suprimentos leva a indústria a procurar por produtos com preços mais baixos, afirma o vice-presidente da Vale (VALE3).
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“A indústria não está pagando pelo minério de ferro de alta qualidade”, diz Andrade. “A siderurgia está procurando por produtos de preço mais baixo porque está com margem mais baixa. Algumas vezes pensamos que poderíamos flexibilizar (a produção)”, prosseguiu o executivo.
Na esteira de dificuldades na China, a Vale espera uma queda na demanda chinesa por minério. A expectativa é de que a procura do país asiático pela commodity recue em 145 milhões de toneladas até o final de 2024.
“Queremos ajustar nossos produtos para se ajustar às necessidades de nossos clientes, somos muito flexíveis.”
A Vale (VALE3) considera criar o que chama de “mega polos” de produção para misturar produtos. Esses polos devem tornar a cadeia de fornecimento da mineradora brasileira “mais competitiva”, argumenta Andrade.
Esses mega polos devem funcionar em países onde a Vale concentra centros de mistura de minério de ferro.
“A criação de mega hubs envolve complexos industriais enormes que devem produzir metais usados pela indústria”, diz o vice-presidente.
Além disso, os novos polos de produção devem ajudar a Vale a alcançar a descarbonização de clientes.
Custo de caixa da Vale (VALE3) deve cair ‘gradualmente’
A diretoria da Vale também prevê uma queda “gradual” do custo de caixa (C1) do minério de ferro. É o que aponta Murilo Miller, vice-presidente executivo de Finanças da mineradora.
Ao mesmo tempo, Miller reconhece que a inflação teve impacto negativo sobre o custo C1 nas principais concorrentes da Vale. “E conosco não foi diferente”, disse o executivo.
Contudo, por cortes de custos, a Vale espera uma queda do custo de caixa do atual patamar de US$ 22 para menos de US$ até 2026. “A boa notícia é que estamos melhorando o processo, é operação mais estabilizada, fazê-la mais produtiva e eficiente.
“Os custos C1 devem melhorar ano a ano. Temos confiança que em 2026 podemos ter custo de caixa abaixo de US$ 20 por tonelada de minério de ferro, portanto.”