Meta e Snap esperam um impulso com proibição do TikTok, mas lei de NY pode atrapalhar planos
Segundo informações do 'The Wall Street Journal', legisladores estaduais de Nova York planejam proibir as empresas de mídia social de usar algoritmos para direcionar conteúdo para crianças sem o consentimento dos pais
A proibição do TikTok nos Estados Unidos levaria uma série de usuários mais jovens a plataformas alternativas de propriedade da Meta Platforms e Snap, mas uma lei em Nova York pode pôr fim a esse plano se for amplamente adotada. Os legisladores estaduais planejam proibir as empresas de mídia social de usar algoritmos para direcionar conteúdo para crianças sem o consentimento dos pais.
O enorme crescimento do TikTok nos Estados Unidos não se deve apenas ao seu formato perfeito para danças engraçadas — e sim ao algoritmo por trás dele, que prevê exatamente qual dança engraçada atrairá seu interesse. A chave foi entender que os usuários podem se envolver mais com o conteúdo recomendado por criadores que eles não conhecem do que aqueles que eles escolhem seguir ou seus amigos e familiares. Esse sucesso algorítmico remodelou todo o cenário das mídias sociais.
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A Meta adotou um modelo semelhante para o Instagram e cada vez mais para o Facebook, assim como a proprietária do Snapchat, a Snap. Isso os deixou em boa posição para atrair usuários se a ByteDance da China perder sua disputa judicial contra uma lei que exige a venda ou proibição do TikTok, aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos e assinada pelo presidente do país, Joe Biden, em abril.
No entanto, uma nova lei planejada em Nova York pode prejudicar a Meta e a Snap. Os legisladores do Estado planejam proibir as empresas de mídia social de usar algoritmos para direcionar conteúdo para crianças sem o consentimento dos pais, informou o “The Wall Street Journal” na segunda-feira (3), citando pessoas familiarizadas com o assunto.
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É uma alteração que pode mudar a forma como os usuários mais jovens geralmente interagem com as mídias sociais e moldam suas preferências à medida que se tornam os jovens adultos que constituem o público principal do TikTok. Embora os usuários menores de idade ainda pudessem escolher seguir a conta que desejassem, os “feeds” seriam apresentados em ordem cronológica. Isso é uma reversão da direção que a mídia social tem adotado nos últimos anos e representaria um novo desafio para Meta e Snap se quiserem reter usuários deslocados do TikTok.
Não há garantia de que a lei estadual será aprovada. Primeiro, a lei tem que ser aprovada pelo Senado e pela Assembleia do Estado de Nova York, controlados pelos democratas. Poderá, ainda, enfrentar desafios legais do setor das redes sociais sobre se tal lei violaria a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos porque restringe a organização de conteúdos.
No entanto, a potencial aprovação da lei pode estabelecer um modelo para mudanças mais amplas em todo o país. Uma lei semelhante foi aprovada pelo Senado do Estado da Califórnia e agora aguarda aprovação na Câmara dos Deputados estadual.
Não são apenas os Estados democratas que buscam restringir as empresas de redes sociais. Uma lei do Arkansas que exigiria verificação de idade para usuários de redes sociais e consentimento dos pais para contas de menores foi bloqueada por um juiz federal no ano passado, enquanto enfrenta uma ação judicial do setor de tecnologia. Meta e Snap podem apoiar os esforços dos legisladores para restringir o TikTok, mas podem muito bem ser os próximos na linha de fogo.
Com informações do Valor Econômico