Se acertar a mão, Brasil pode ter grau de investimento até 2026, afirma Haddad
Ministro da Fazenda participou de evento organizado pelo Itaú BBA, o Macro Vision 2024
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s. A agência de classificação de risco colocou o Brasil um degrau abaixo do grau de investimento. E, segundo Haddad, o Brasil pode voltar ao clube dos bons pagadores até 2026.
“Eu penso que nós estamos numa rota que pode nos dar grau do investimento até 2026. Se acertar a mão, (o governo) vai conseguir”, afirmou.
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Dessa forma, Haddad participou nesta segunda-feira (14) de evento organizado pelo Itaú BBA para investidores na cidade de São Paulo, o Macro Vision 2024.
‘Estava três degraus abaixo do grau de investimento’
Assim, ele lembrou que no ano passado o Brasil estava três degraus abaixo do grau de investimento. Agora, ao menos para a Moody’s, é apenas um.
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“Tudo o que foi feito até aqui nos deram dois degraus que não estão garantidos, diga-se de passagem. Se você errar, vai perder”, afirmou.
“Então, para manter e garantir o viés positivo, que é uma espécie de meio degrau para os dois, eu acredito que a receita está estabelecida.”
Arcabouço fiscal para o grau de investimento
O ministro da Fazenda observou que o texto da Moody’s, que acompanhou a elevação de nota do país, destaca que há ainda um trabalho no âmbito da responsabilidade fiscal.
“Aí a pergunta é: ‘vamos mexer no arcabouço fiscal ou fazer o que precisa? Defendo a proposto de marco do ano passado. Defendo a arquitetura do arcabouço fiscal”, afirmou. “Em minha opinião, o arcabouço é, assim, o caminho, o segredo para o grau de investimento.”
Polarização política
Segundo ele, mantendo assim de fora da discussão o clima de polarização ideológica, o país tem criado condições para alcançar o objetivo de alcançar o grau de investimento.
“É assim um desafio político. Quase nunca existe consenso sobre o que quer que seja, mas as condições do governo hoje, por exemplo, no Congresso, na minha opinião, pavimentou um caminho tranquilo de diálogo com os parlamentares”, afirmou.
“Penso que melhorou muito a condição de dialogar e de colocar essa questão no centro das atenções em proveito do Brasil”, destacou o ministro da Fazenda.
“Essa é uma questão apartidária, envolve uma dimensão maior, que é condição sem a qual o Brasil dificilmente vai voltar à normalidade política”, pontuou.