‘Grupo Madero não precisa de IPO agora’, diz CFO; rede de restaurantes de Junior Durski reverte prejuízo
Grupo Madero tem queda de dívida líquida e projeta futuro sem IPO, mas com melhor resultado da rede de Junior Durski desde 2020
Ao ponderar sobre o sonho de abrir capital do Grupo Madeiro na bolsa de valores do Brasil, o chef e empresário Junior Durski e o CFO Ariel Szwarc dizem à Inteligência Financeira que o IPO do Madero ficou em segundo plano por enquanto.
“O Grupo Madero não precisa de um IPO agora”, afirma o diretor financeiro da rede de restaurantes e stakehouse.
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Famoso por seu slogan ‘O melhor hambúrguer do mundo’, o Madero foca agora em continuar com o processo de desalavancagem financeira.
No terceiro trimestre, a rede de Durski reverteu prejuízo líquido de R$ 18 milhões em 2023 para lucro de R$ 30 milhões neste ano. E Junior Durski antecipa que 2024 será o melhor ano do Grupo Madero desde a pandemia.
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Madero recusou emissão de R$ 800 milhões para pagar dívida
Antes de considerar um IPO, o Grupo Madero vai manter sua abordagem cautelosa de diminuir a dívida e a alavancagem financeira de sua operação. É o que conta o CFO da rede.
No terceiro trimestre deste ano, o Madero registrou dívida líquida de R$ 594 milhões, frente ao endividamento de R$ 834 milhões em igual período em 2023. Isso equivale a uma queda de 28,7% no débito da rede de restaurantes, cuja maior parte pertence aos bancos.
Em junho, o Madero sentou com os principais credores da rede: Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Santander. Dialogou com os bancos para obter capital de giro sob uma taxa menos elevada que o CDI mais 6,50% ao ano que pagava sobre títulos emitidos anteriormente.
Os bancos concordaram em emitir R$ 500 milhões em notas comerciais do Madero, sob juro anual de CDI mais 3,50%.
“Ofereceram que tomássemos R$ 800 milhões sob essas condições”, diz Ariel Szwarc. Mas decidimos tomar R$ 500 milhões porque não queremos tanto. Pelo contrário, queremos pagar a dívida. A partir do ano que vem a taxa cai para 2,75%”, continua.
IPO do Madero ‘não é necessário’
Ao mesmo tempo em que avalia um possível IPO do Grupo Madero como atraente, a diretoria considera a abertura de capital em bolsa como uma ‘não necessidade’ pelo momento.
O Madero quer diminuir a dívida passo a passo, diz Szwarc.
“Um IPO seria conveniente porque nos permitiria robustecer nosso caixa e poder, assim, retomar a expansão mais rapidamente e abrir algo como 30 a 40 operações por ano”. Em 2024, por enquanto, o Madero abriu quatro lojas, duas somente nos últimos três meses.
“Mas não é necessário. Ou seja, vamos mais devagar.”
A rede também adota postura mais cautelosa em relação a movimentos de M&A, apesar de o setor de restaurantes passar por uma consolidação, vide a aquisição de Starbucks e Subway no Brasil pela Zamp.
“Nós já temos uma capacidade instalada para suportar 500 restaurantes das marca Madero e Jerônimo”, conta o CFO. Pare ele, crescer em escala “no modelo em que o Madero já opera” é muito mais eficiente.
Grupo Madero caminha para melhor resultado desde 2020
Também em entrevista para a Inteligência Financeira, o chefe Junior Durski, fundador e CEO do Grupo Madero, afirma que a rede caminha para seu melhor ano de operação desde a pandemia de covid-19.
No acumulado deste ano, o Madero alcançou lucro operacional (Ebitda) ajustado de R$ 443 milhões, ante R$ 293 milhões no mesmo período do ano passado. A margem da operação aumentou 6,4 pontos percentuais.
“É o nosso melhor resultado” diz Durski ao se referir ao período desde 2020. O CEO atribui a melhora da empresa ao “amadurecimento do Madero” e reconhece que o resultado deve bater recorde “mesmo com um fluxo menor de pessoas em restaurantes”.
O empresário afirma que os brasileiros ainda não voltaram a pisar nos restaurantes, principalmente em shoppings, com a mesma frequência de antes da pandemia.
“A diferença nos shoppings é grande, em torno de uma queda de 23% a 24% no fluxo de pessoas.”
Mas o delivery vem anulando a queda de clientes nos pontos físicos, diz Durski. As vendas digitais para o Grupo Madero subiram para 20% do total no terceiro trimestre. A marca que mais cresceu em vendas digitais foi a rede de restaurantes Jerônimo.