Elon Musk será ‘CEO’ da maior economia do mundo com a reeleição de Trump?
Musk foi reconhecido já no discurso de vitória de Trump como 'uma nova estrela' para o governo
Elon Musk está no centro das atenções políticas dos EUA após apoiar ativamente Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024.
O envolvimento de Musk em questões políticas era inicialmente descrito na biografia de Walter Isaacson como focado na expansão da humanidade para além dos limites da Terra.
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O que é bem demonstrado em seus esforços utópicos para a chegada e posterior colonização humana de Marte. Mas agora Musk tem um papel importante na política americana. Para além desta missão.
Musk foi reconhecido já no discurso de vitória de Trump como “uma nova estrela” para o governo, o que tem gerado especulações sobre sua influência no próximo mandato presidencial.
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Conforme informou o Financial Times, o papel prometido a Musk seria o de chefe de um novo Departamento de Eficiência Governamental.
Dessa maneira, é possível esperar que o bilionário terá poderes para recomendar cortes profundos no que ele considera uma “vasta burocracia federal […] que está atrasando os EUA de forma significativa”.
Adesão do setor de tecnologia
A imagem usada por alguns analistas para caracterizar essa dobradinha é de que o comandante da Tesla, da SpaceX e do X (antigo Twitter) seria o de CEO dos Estados Unidos.
Isso é parte do entendimento de Musk e outros bilionários do Vale do Silício de que Trump representa uma chance de moldar a política em áreas vitais para o setor tecnológico.
A adesão significativa destes à campanha de Donald Trump em 2024 surpreendeu muitos analistas, considerando o histórico de tensões entre o ex-presidente e as companhias de tecnologia.
No entanto, várias motivações econômicas e ideológicas sustentam essa reviravolta nas eleições nos EUA, especialmente no caso de Musk.
Envolvimento na campanha
Musk foi um dos principais financiadores da campanha, superando nomes de peso entre os grandes doadores pró-Trump.
A plataforma X, o antigo Twitter, que foi comprada por Musk em 2022, serviu como um canal fundamental para a disseminação de mensagens a favor do republicano.
Com isso, foi um veículo para mobilizar apoiadores em estados estratégicos nas eleições norte-americanas.
Além de questões financeiras, Musk compartilha com Trump uma visão crítica em relação à regulamentação governamental e à liberdade de expressão.
Apelo à defesa da liberdade de expressão
Desde que comprou o Twitter, Musk reverteu várias medidas de moderação de conteúdo.
Seu argumento é o de combater “excessos” de censura e alinhando-se a Trump na crítica à “cultura do cancelamento.”
Também há expectativas de que Trump implemente novas políticas de corte de impostos e flexibilização regulatória.
Com isso, os negócios de Musk – especialmente Tesla e SpaceX – podem se beneficiar substancialmente.
Para Musk e outros empresários, o apoio a Trump nas eleições nos Estados Unidos também reflete uma resistência ao aumento de regulamentações sobre inteligência artificial e práticas de trabalho.
Esse é, assim, um tema recorrente em debates internos da indústria e visto como ameaça ao crescimento acelerado promovido pelas big techs.
Como mostra uma análise de Jacob Silverman no portal The Nation, a promessa de Trump de desregulamentação, políticas tributárias favoráveis e restrições de imigração focadas em talentos altamente qualificados agradou a Musk e executivos de empresas como Meta e Oracle.
Dessa maneira, esse apoio não representa apenas uma aliança política, mas uma aposta no ambiente econômico que um novo governo Trump promete proporcionar.
Ele traz consigo as promessas de menos barreiras regulatórias e incentivos fiscais robustos para os ultra-ricos.
Vice serviu para aumentar alinhamento do setor
A presença de J.D. Vance, ex-investidor de tecnologia e agora vice-presidente eleito, fortalece esses laços e dá ao setor uma linha direta com o governo.
Para Musk, o pragmatismo político parece ser tão relevante quanto sua visão de futuro.
Seu investimento na campanha incluiu doações multimilionárias e comícios com Trump em estados-chave.
Ainda segundo Jacob Silverman, do The Nation, ao trazer Musk para o centro de sua administração, Trump não apenas fortalece sua base de apoio entre os empresários.
Mas também reforça o papel das big techs na construção de um governo mais “eficiente”.
Apoio não é isento de riscos
O apoio a Trump, no entanto, não está isento de riscos.
Como bem demonstrado por Isaacson em sua biografia, a visão de Musk para suas empresas sempre incluiu autonomia radical para suas decisões pessoais.
No entanto, essa maneira de operar pode entrar em conflito com a agenda imprevisível de Trump.
Além de potencialmente afetar a reputação do Vale do Silício em questões sociais e climáticas.
Além disso, historicamente, Trump já foi bastante vocal contra muitas lideranças das big techs.
Durante a campanha, ele chegou a pedir a prisão de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, a quem chamou de “fraudador eleitoral”.
Assim, as motivações teriam sido os bloqueios e remoção de conteúdos pró-Trump no Facebook.
Dessa forma, o presidente reeleito também atacou o Google nesse processo eleitoral, acusando, sem mostrar provas, de que a plataforma esconde conteúdo favorável a ele em seus resultados de buscas.
Além disso, Trump também indicou que pretende usar a Justiça para processar o Google “no nível máximo possível” durante seu segundo mandato, reforçando as acusações de manipulação eleitoral.
Assim, casos como esses mostram que embora as big techs busquem vantagens econômicas imediatas com a volta de Trump à Casa Branca, elas se expõem a pressões de imagem e questionamentos públicos.
Isso mostra que essa aproximação entre tecnologia e política é uma combinação bastante volátil e que pode ter consequências imprevisíveis.
Bem à maneira que operam Musk e Trump.