Comitê independente confirma fraude na Americanas (AMER3); dados são mais detalhados que os da PF
Até então, existia apenas a divulgação de um relatório com dados preliminares de uma equipe de advogados da empresa, que citava supostas ações fraudulentas
A Americanas (AMER3) informou na noite de ontem, em fato relevante, que foram apresentadas aos membros do conselho de administração as conclusões dos trabalhos de investigação a respeito de eventuais fraudes na empresa, conduzidos pelo comitê independente.
Até então, existia apenas a divulgação, um ano atrás, de um relatório com dados preliminares de uma equipe de advogados da empresa, que citava supostas ações fraudulentas, segundo apresentação ocorrida na CPI da Americanas.
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Agora, o relatório confirma a existência de fraude contábil, “caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como ‘risco sacado’, dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia”, diz a empresa.
O Valor apurou que o relatório, com cerca de 600 páginas, apresenta informações e trocas de mensagens entre os ex-diretores muitos parecidas com o material apresentado pela Polícia Federal à Justiça. Mas há um volume maior de mensagens e e-mails anexados ao texto, com detalhamento maior das informações trocadas.
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O relatório da PF serviu para sustentar os pedidos de busca e apreensão na residência de ex-diretores da empresa semanas atrás.
Ainda segundo o fato relevante, os responsáveis por comandar as fraudes não integram mais os quadros da companhia — portanto, envolvem executivos dispensados ou que deixaram o grupo em 2023.
A Americanas diz que, diante das evidências apresentadas pelo comitê, o conselho orientou a atual diretoria, juntamente com seus advogados, a tomar as providências necessárias para comunicar as autoridades competentes, no caso, Ministério Público Federal, Polícia Federal e Comissão de Valores Mobiliários.
O órgão ainda orientou que a diretoria avalie as medidas a serem adotadas para a defesa dos interesses sociais e o ressarcimento pelos prejuízos causados à varejista.
Segundo uma fonte a par do material, o trio de sócios de referência, Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, não foi citado entre os nomes responsáveis ou com conhecimento da fraude.
Com informações do Valor Econômico