C&A e Caedu preparam ofertas com retorno do varejo de moda ao mercado de debêntures
Afastamento das varejistas de moda do mercado de debêntures se acentuou após a crise de crédito provocada pelo caso Americanas, no início de 2023, e pelo aumento da percepção de risco do setor
Após um período sem captações de varejistas de moda no mercado de debêntures, duas companhias — a C&A e a Caedu — estão com ofertas na rua.
A C&A busca R$ 850 milhões e deve usar o dinheiro para alongar o prazo médio do endividamento. Os papéis serão divididos em duas séries, com prazo de três e cinco anos.
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A remuneração ainda não foi definida, mas a empresa pretende pagar, no máximo, CDI mais 1,8% ao ano na série mais curta e CDI mais 2% na série mais longa. A conclusão da oferta é prevista para o fim de julho.
A Caedu, rede de moda popular, quer captar R$ 195 milhões com títulos de sete anos. A taxa máxima pretendida é equivalente a CDI mais 3%. A empresa vai usar os recursos também para alongamento de passivo e para investimentos em Minas Gerais. A liquidação dos papéis é prevista para o início da próxima semana.
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O afastamento das varejistas de moda do mercado de debêntures se acentuou após a crise de crédito provocada pelo caso Americanas, no início de 2023, e pelo aumento da percepção de risco do setor, diretamente afetado pela alta dos juros e pelo aumento da concorrência com sites internacionais. Também pesou o processo de reestruturação da Marisa.
Algumas varejistas não emitem há mais de um ano. A Guararapes, por exemplo, dona da Riachuelo, acessou o mercado pela última vez em novembro de 2022. Na ocasião, a companhia captou R$ 400 milhões para reforço de caixa. No ano passado, anunciou o resgate antecipado de R$ 150 milhões em títulos.
Já a Renner emitiu papéis pela última vez em fevereiro de 2021. A operação movimentou R$ 1 bilhão com títulos que vencem em 2025.
A Marisa fez uma operação de R$ 90 milhões em abril de 2023 com vencimento em sete anos, mas os papéis não foram objeto de oferta pública, ficando nas mãos dos acionistas controladores. Neste ano, a empresa levantou recursos com emissões de notas comerciais.
BTG Pactual, Bradesco BBI e UBS BB coordenam a emissão da C&A. Itaú BBA e UBS coordenam a operação da Caedu.
Com informações do Valor Econômico