Para bancos e incorporadoras, taxa de financiamento imobiliário deve aumentar

Integrantes do mercado imobiliário levam em conta aumento da taxa Selic, vendas aquecidas no setor e uma poupança com saldo estável

Prédio em construção na cidade de São Paulo Foto: Fabrizio Toniolo/Inteligência Financeira
Prédio em construção na cidade de São Paulo Foto: Fabrizio Toniolo/Inteligência Financeira

O aumento da taxa Selic, o mercado imobiliário com vendas aquecidas e uma poupança com saldo estável, que não acompanha a demanda por financiamento, devem resultar em aumento das taxas de juros do crédito imobiliário.

Essa é a impressão de representantes de bancos e de incorporadoras que participam do Incorpora, fórum da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que acontece nesta terça-feira (24), em São Paulo.

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Itaú BBA

Bruno Bianchi, sócio e diretor e negócios imobiliários e grandes empresas do Itaú BBA, ressaltou que, de 2018 para cá, a participação da poupança no total do financiamento do setor imobiliário caiu para um terço do que era.

Como é o dinheiro mais “barato” para captação, as suas alternativas encarecem os empréstimos.

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Segundo ele, o aumento da Selic para 10,75% já está precificado nas taxas atuais, porque os bancos olham a curva de juros de longo prazo.

Mas, se o movimento continuar, podem acontecer altas na taxa de financiamento imobiliário ao cliente, o que afeta o poder de compra.

Bradesco

Thiago Lisboa, superintendente executivo de empréstimos e financiamentos do Bradesco, afirmou que o mercado de crédito imobiliário no Brasil tem, historicamente, uma taxa 1,5 ponto percentual menor do que a Selic.

Isso também porque o financiamento imobiliário é um produto que gera fidelidade do cliente.

Agora, porém, com a menor participação da poupança, os bancos estão “mais suscetíveis a repassar esse preço” ao consumidor.

Cyrela

Miguel Mickelberg, diretor financeiro da Cyrela, afirmou que as empresas conseguem se adaptar a essa realidade.

A Cyrela, por exemplo, tinha 75% do seu “funding” vindo de recursos da poupança, via financiamento imobiliário do tipo Plano Empresário.

Mas hoje recuou essa parcela para 50%, com mais presença de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Para ele, é o consumidor de média e alta renda que tem mais dificuldade com “funding”.

EZTec

Apesar disso, os participantes do painel ressaltaram que o consumidor ter mantido a demanda.

Emilio Fugazza, diretor financeiro da EZTec, analisou que há mais demanda por financiamento imobiliário direto dos incorporadores aos clientes.

Embora isso ainda seja incipiente, porque algumas pessoas já não conseguem mais se encaixar no financiamento bancário.

Com informações do Valor Econômico

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