CEO da Azul (AZUL4): vamos arrumar a casa nos próximos 90 dias e desbloquear US$ 100 mi com credores
Segundo John Rodgerson, a empresa deverá avançar com os ajustes nos próximos 90 dias. E, assim, conseguir levar a aérea para uma melhor posição de caixa já em 2025.
Após o sinal verde para uma captação de até US$ 500 milhões com detentores de dívidas no exterior (bondholders), a Azul (AZUL4) mira agora arrumar a casa e assim destravar a última tranche do empréstimo, no valor de US$ 100 milhões.
A economia de caixa é uma condição dada pelos bondholders para liberar a última tranche do empréstimo, assim como converter parte de suas dívidas em ações.
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Segundo o CEO da Azul, John Rodgerson, a empresa deverá avançar com os ajustes nos próximos 90 dias.
E, assim, conseguir levar a aérea para uma melhor posição de caixa já em 2025.
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Acordo com bondholders da Azul saiu
A empresa anunciou nesta segunda-feira um acordo com os bondholders para levantar até US$ 500 milhões.
Do total, US$ 150 milhões devem já entrar na conta na quarta-feira e US$ 250 milhões antes do final do ano.
Há janela para desbloquear outros US$ 100 milhões adicionais a depender de a empresa conseguir uma economia de até US$ 100 milhões ao ano nos contratos com parceiros e fornecedores.
Caso essa economia seja atingida, os bondholders se comprometeram a converter até US$ 800 milhões de dívida (cerca de metade da dívida na mão desses credores) em equity.
Conforme apontou o Valor na semana passada, a empresa tinha ainda uma possibilidade de levantar recursos via um bond estruturado pelo banco Jefferies.
No entanto, a opção junto aos bondholders foi vista como mais favorável no momento.
O acordo para captar mais dinheiro era uma etapa importante para a Azul.
Isso porque essa era uma condição dada pelos arrendadores para que eles convertessem parte de sua dívida em equity.
O montante é de cerca de US$ 500 milhões, que deu aos arrendadores cerca de 20% da Azul.
Dívida com arrendadores sairá do balanço
Com essa dívida dos arrendadores que sai do balanço, além dos US$ 800 milhões em dívidas dos bondholders que também podem ser convertidos, a empresa poderá tirar cerca de US$ 1,3 bilhões de dívidas do balanço.
“A gente já tem planos e já começamos a negociação”, disse o executivo, em entrevista ao Valor.
Os ganhos na operação e economias de caixa vão se desenrolar com parceiros importantes da empresa, como as fabricantes de avião, motores e arrendadores.
“Levei essa proposta aos meus parceiros e eles vão ajudar. A negociação pode demorar um pouco mais do que 90 dias? Pode”, disse.
“Com esse acordo concluído, vamos voltar a ter uma alavancagem em níveis próximos de antes da pandemia”, disse o executivo.
Segundo o Rogderson, a ideia é usar o acordo e o novo capital como uma carta na manga e assim melhorar as condições de contratos.
Rodgerson destacou que a empresa está adimplente – a Azul quitou recentemente um bond de cerca de US$ 68 milhões.
O executivo destacou que havia à mesa uma outra possibilidade de levantar US$ 400 milhões por meio de um bond estruturado pelo banco Jefferies.
No entanto o grupo optou pela oferta feita pelos bondholders.
Melhorar saúde financeira da Azul
“Com eles, temos a opção de aumentar o empréstimo para US$ 500 milhões e trabalhar junto deles para melhorar a saúde financeira da Azul ainda mais”, disse.
Segundo o executivo, ao cortar custos na ordem de US$ 100 milhões para cumprir o acordo com os bondholders, a empresa vai ter outros US$ 100 milhões de economia dos juros da dívida a ser convertida e que não vai mais existir.
“Uma coisa que eu diria é que a Azul agora tem parceiros na nossa estrutura de capital. E os parceiros estão trabalhando para melhorar o balanço da Azul”.
“Eles sabem que nós temos a habilidade para acessar o FNAC também e eles vão dar as ferramentas necessárias”, disse.
Rumo diferente das concorrentes Latam e Gol
O executivo apontou ainda que a reestruturação feita pela empresa seguiu um caminho bastante diferente da feita por seus concorrentes.
Casos de Latam e Gol, que optaram por um Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos).
Paralelo, o grupo tem ainda cerca de R$ 1 bilhão em dívidas com a TAP. A empresa contratou advogados no exterior para ajudar no processo.
“Eu preciso desse dinheiro amanhã? Não. Mas é um recurso que temos”, disse Rodgerson.
Os acordos com arrendadores e bondholders acontecem paralelo as conversas com a Abra para a uma eventual união de negócios com a Gol.
Fontes destacaram que tais negociações colaboraram para a Azul levantar mais dinheiro no mercado.
Com informações do Valor Econômico