Em dois dias, Braskem (BRKM5) perde quase R$ 2 bi na Bolsa com crise ambiental em Maceió

Após fechar no dia anterior em queda de 6,25%, as ações da Braskem chegaram a desabar 9,25% na mínima do dia

Unidade da Braskem (BRKM5) em Paulínia, em São Paulo. Foto: Divulgação
Unidade da Braskem (BRKM5) em Paulínia, em São Paulo. Foto: Divulgação

As ações da Braskem (BRKM5) registraram mais um dia de forte queda na bolsa nesta sexta-feira (1), após a Defesa Civil de Maceió emitir uma ordem de alerta máximo para o colapso da mina de sal-gema da empresa, localizada principalmente no bairro do Mutange, na capital alagoana.

Após fechar no dia anterior em queda de 6,25%, as ações da Braskem encerraram a sexta-feira negociadas a R$ 18,01, queda de 5,85%. Na mínima do dia, os papéis desceram até 9,25%.

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Segundo dados do consultor Einar Rivero, o risco ambiental faz a petroquímica Braskem perder R$ 1,970 bilhão em valor de mercado nos últimos dois pregões. Os investidores se preocupam com o aumento do passivo da Braskem e, como consequência, o peso da notícia nas negociações para venda da fatia da Braskem pela Novonor.

No final da tarde desta sexta-feira, a Defesa Civil de Maceió afirmou que a mina da Braskem está se aprofundando a uma velocidade de 2,6 centímetros por hora. Nas últimas 48 horas, o deslocamento vertical superou 1,4 metro.

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Problema da Braskem (BRKM5) é antigo

O problema envolvendo a mina da Braskem em Maceió data de 2018. A empresa explora um insumo chamado sal-gema, que é usado na fabricação de cloro, soda cáustica, ácido clorídrico e bicarbonato de sódio.

Para retirar a matéria-prima, o método de exploração da Braskem consiste na utilização de um poço cavado, que introduz água na camada de sal, resultando na formação da salmoura. Durante o processo, no entanto, aconteceu um afundamento do solo que atingiu cinco bairros da capital alagoana.

Passivo seria de R$ 30 bilhões

O governo de Alagoas disse que as consequências do desastres ambientais causados pela Braskem (BRKM5) em Maceió gerariam um passivo em torno de R$ 30 bilhões da petroquímica, conforme estudo recém-concluído.

Os desastres causados pela empresa, em meio a tratativas sobre a venda de parte da Braskem para o fundo árabe ADNOC, tem se agravado. Segundo o governo, há previsão de formação de crateras em bairros centrais a qualquer momento.

“O Estado reitera a sua posição irredutível em defesa dos interesses de Alagoas, dos municípios da região metropolitana de Maceió e de cerca de 150 mil vítimas do maior crime ambiental urbano do mundo, provocado pela petroquímica, que vem sendo acompanhado pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Crime da Braskem”, afirma.

A gestão disse ainda que, por meio do fato relevante, tenta advertir as autoridades federais da preocupação. “Há firme intenção de ir às últimas consequências institucionais e legais para fazer prevalecer os direitos dos credores alagoanos, já supracitados, que sorrateiramente se tenta ignorar.”

Em documento, o governo também ressalta que não se opõe à venda da empresa, mas diz que é preciso equacionar o passivo em Alagoas antes e que, para isso, estão abertas à negociação. “Porém, é preciso estabelecer um modelo de acordo adequado diante do tamanho da realidade do desastre, e não como tem sido a recorrente postura da Braskem de ofertar valores vis.”

Com informações do Estadão Conteúdo

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