Pacote fiscal deve monopolizar o mercado na reta final de novembro para o bem ou para o mal
Confira o que o mercado espera do pacote fiscal a ser anunciado pelo governo federal
Recentemente, ouvi que o mercado não se preocupava com a turbulência política em Brasília pois tinha olhos (ouvidos e tudo mais) para três coisas. E três coisas apenas. Os (próximos) passos do agora eleito presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o conflito entre Rússia e Ucrânia. E o pacote de ajuste fiscal do governo brasileiro. Bem, pelo menos na questão doméstica, devemos ter novidades nesta semana. É o que conclui o morning call que abre a última semana de novembro.
Assim, o pacote fiscal prometido desde o início do mês deve ser anunciado ainda nesta segunda-feira. Ou na terça-feira. Afinal, é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a seguinte frase: “Na segunda pela manhã, nós vamos passar para o presidente a minuta dos atos (do pacote de corte de gastos), que já foram minutas pela Casa Civil. Nós vamos bater com ele a redação de um ou outro detalhe, inclusive o acordo feito com (o ministério da Defesa). E arrebatou em seguida: “Ao fim da reunião, nós estaremos prontos para divulgar (o pacote). Faremos isso na própria segunda ou na terça”.
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Inúmeros, incontáveis agentes do mercado falaram sobre o tema nas últimas semanas. Em linhas gerais, é possível resumir as falas no seguinte raciocínio.
O pacote precisa mostrar cortes de gastos consistentes no longo prazo, não apenas ajustes tímidos e sazonais. Um valor aproximado de corte gira em torno de R$ 30 bilhões.
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Assim, uma análise positiva do mercado pode até fazer com que a bolsa de valores engate uma sequência de valorizações. O que não ocorre de fato faz algum tempo e que torna a esperança de um rali de fim de ano algo cada vez mais distante.
Em entrevista ao PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira, Daniel Gewehr, estrategista-chefe de ações do Itaú BBA comentava que as chances de rali eram bem pequenas. Confira a íntegra da entrevista.
Morning call: vai uma Petrobras (PETR4) aí?
Assim, enquanto o mercado se esfola à espera do pacote fiscal, a Petrobras (PETR4) colhe resultados da divulgação de seu plano estratégico. Na semana passada, a presidente da estatal disse que o negócio da companhia é explorar petróleo. Não empilhar dinheiro. O plano, a narrativa e os dividendos colocados à disposição dos acionistas na mesa fizeram com que o papel se destacasse, como você acompanha a seguir.
Para lembrar: confira os fechamentos da sexta-feira
O avanço mais consistente das ações da Petrobras ampliou o bom humor dos agentes financeiros e alimentou uma alta mais firme do Ibovespa na sessão de sexta-feira.
O índice subiu 1,74%, aos 129.126 pontos, na máxima do dia, bem distante dos 126.944 pontos vistos na mínima intradiária. No acumulado da semana, a alta foi de 1,04%.
Declarações da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, de que a companhia vai focar no petróleo e no gás ajudaram a afastar temores de agentes financeiros de que a empresa pudesse priorizar outras áreas para além da exploração e produção.
Assim, as ações PN fecharam em alta de 3,98%, a R$ 39,42, enquanto as ON subiram 5,23%, a R$ 43,24. Com a alta, papéis da empresa lideraram o volume financeiro negociado na sessão.
Nem mesmo a espera pelo anúncio do corte de gastos do governo, que deve ocorrer apenas na próxima segunda ou terça-feira, diminuíram o brilho do Ibovespa ao longo da sessão, com investidores avaliando o bloqueio de cerca de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 que foi antecipado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O volume financeiro foi de R$ 16,5 bilhões no índice e de R$ 22,0 bilhões na B3.
Em NY, o dia também foi positivo para as bolsas americanas: o Dow Jones liderou as altas e subiu 0,97%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq tiveram ganhos de 0,35% e de 0,16%, nessa ordem.
Morning call: E as bolsas da Ásia?
As bolsas da Ásia fecharam sem direção comum nesta segunda-feira (25). Os investidores aguardam dados econômicos da China ao longo da semana e com ganhos em ações de eletrônicos e produtos químicos no Japão.
O índice Nikkei 225 do Japão fechou em alta de 1,30% a 38.780,14 pontos e o índice Kospi da Coreia do Sul subiu 1,32% a 2.534,34 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 0,41% a 19.150,99 pontos e, na China continental, o índice Xangai Composto teve queda de 0,11% a 3.263,75 pontos.
O foco desta semana estará no índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da China e nos dados de lucro industrial. Os investidores também observam a conferência de trabalho do governo central da China em dezembro para próximas medidas de estímulos econômicos.
Com informações do Valor Econômico