Dólar e suas oscilações, BC e suas interferências no mercado… Sexta deve ter mais do mesmo
Confira o que esperar da sexta-feira. A última semana cheia antes do Natal chega ao fim com a economia em dúvida.
O dia é marcado por uma agenda fraca. De importante mesmo temos a divulgação do PCE, o índice de preços de gastos com consumo de novembro nos Estados Unidos. Por isso, o assunto que deve dominar a discussão é mais uma vez o dólar. Essa é a indicação do morning call.
Dessa forma, na véspera, o dólar desvalorizou 2,32% em relação ao real. E fechou em R$ 6,12. O movimento deriva da decisão do Banco Central de injetar R$ 8 bilhões no mercado à vista. O câmbio experimenta forte valorização no Brasil. Isso muito por conta da falta de confiança do mercado na capacidade do governo federal administrar a questão fiscal.
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É mesmo um período de incertezas. Embora esse mesmo mercado tenho já indícios do que deve ocorrer, por exemplo, nos Estados Unidos. Donald Trump assume para um segundo mandato prometo uma guerra tarifária com a China, mas também com países emergentes. E citou nominalmente o Brasil.
No cenário interno ainda pesa alguma desconfiança em torno da sucessão do Banco Central. Embora a decisão contundente do Comitê de Política Monetária (Copom) tenha dissipado um pouco essa dúvida. Vale lembrar: o colegiado aumentou a taxa básica de juros em 100 pontos-base. De 11,25% para 12,25%. E sinalizou que vai fazer o mesmo nas próximas duas reuniões.
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Assim, diante de um cenário indefinido, o mercado jogou a toalha. Relatório do Itaú BBA com análise gráfica da bolsa de valores indica: não vai haver rali este ano. E a situação da bolsa de valores pode até piorar. O relatório assinado por Fábio Perina e equipe foi emitido antes do pregão desta quinta-feira. E não podemos esquecer que o ano termina melancólico para a bolsa de valores, em trajetória totalmente inversa a 2023. No ano passado, inclusive, esperava-se que a bolsa chegaria a 150 mil pontos.
Morning call: como fecharam os mercados nesta quinta
Uma confluência de fatores ajudou a estancar parte da sangria e ofereceu suporte para o Ibovespa apresentar um respiro na sessão desta quinta-feira.
Dessa forma, depois de fechar na maior queda diária em mais de dois anos, o principal índice da bolsa brasileira reverteu uma pequena parte das perdas e fechou em alta de 0,34%, aos 121.188 pontos, oscilando entre os 120.768 pontos e os 121.770 pontos.
Banco Central e o dólar
A atuação do Banco Central com uma intervenção de US$ 8 bilhões no mercado à vista de câmbio, somada ao leilão extraordinário do Tesouro Nacional, e à aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal na Câmara em dois turnos, desencadeou uma redução mais forte dos prêmios de riscos na sessão.
Embora o texto ainda possa sofrer novas desidratações ao ser enviado ao Senado, os temores de que os projetos pudessem ficar travados no Congresso perdem força.
Depois de terminar como a maior queda da sessão anterior, as ações da novata Automob passaram por correção e fecharam na liderança entre as maiores altas, com avanço de 34,29%.
Por outro lado, ações de empresas de commodities foram penalizadas com o recuo nos preços do minério de ferro e a desvalorização do dólar frente ao real, caso da CSN (-2,53%), Vale (-1,90%) e CSN Mineração (-1,87%).
Em dia de vencimento de opções sobre ações, o volume financeiro no índice foi de R$ 19,8 bilhões e de R$ 27,5 bilhões na B3.
Já em Nova York, os índices americanos fecharam perto da estabilidade: o Nasdaq caiu 0,10%; o S&P 500 recuou 0,09%; e o Dow Jones teve alta de 0,04%.
Bolsas da Ásia terminam em queda com juros na China e Trump no radar
Os mercados acionários asiáticos encerraram o pregão desta sexta-feira em queda, no momento em que as políticas tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, seguem no radar, assim como a decisão do Banco do Povo da China (PBoC) de manter as taxas de empréstimo inalteradas.
Na Bolsa de Xangai, o índice Xangai Composto terminou o dia em leve queda, de 0,06%, aos 3.368,07 pontos. Já em Hong Kong, o índice Hang Seng perdeu 0,16%, e fechou negociado a 19.720,70 pontos. No dia, a decisão do PBoC de manter a taxa de empréstimos de referência (LPR) de um ano em 3,1% e a de cinco anos em 3,6% foi observada com atenção pelos investidores, já que a China tem adotado, ainda que gradualmente, uma política monetária mais frouxa.
Já no Japão, o que mais chamou a atenção dos participantes do mercado foram os números de inflação ao consumidor, que vieram acima do esperado. O núcleo da inflação ficou em 2,7%, um pouco mais forte que o indicado nas projeções (+2,6%), o que voltou a dar apoio ao iene ainda durante a madrugada. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, encerrou o pregão negociado aos 38.701,90 pontos, em queda de 0,29%.
No radar dos participantes do mercado, declarações de Trump sobre a imposição de tarifas contra a União Europeia também estiveram presentes e ajudaram a criar um clima de cautela nos negócios.
Nesse contexto, o índice Kospi, da Bolsa de Seul, terminou a sessão em queda de 1,30%, aos 2.404,15 pontos, enquanto o índice S&P/ASX 200, da Bolsa de Sydney, fechou em baixa de 1,24%, aos 8.067,00 pontos, no menor nível desde setembro.
Com informações do Valor Econômico