Morning call: Ata do Copom e dados do Japão e Europa podem mexer com a bolsa
Comitê de política monetária do Banco Central reforçou na ata do Copom que os membros concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões
O morning call de hoje começa indicando que a ata do Copom deve ser um dos principais temas a influenciar a bolsa de valores nesta terça-feira (19).
O Banco Central divulgou, às 8h, a ata da decisão de juros da quarta-feira passada. O mercado fica especialmente atento porque o comunicado feito na semana passada adotou um tom mais cauteloso do que o esperado.
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Ata do Copom
Na ata do Copom, divulgada mais cedo, o Banco Central afirma que analisou vários cenários econômicos, tanto no cenário doméstico como internacional. A ata ainda reforçou que os membros concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões.
No documento, o Banco Central ainda afirmou que “percebe a necessidade de consolidar a inflação para a meta e a ancoragem das expectativas”. A autoridade monetária, porém, reconheceu que “houve progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado”.
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Influência asiática
Na madrugada, os investidores repercutiram a decisão monetária do Japão. O Banco do Japão (BoJ) manteve sua política monetária inalterada, o que confirmou as expectativas dos analistas de que a autoridade monetária só deve encerrar sua política de taxas de juros negativas no início do ano que vem. A inflação japonesa vem permanecendo acima da meta de 2% ao ano há mais de um ano.
Além da Ásia, os investidores também olham para a Europa. A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro veio em 2,4% em novembro.
O indicador veio em linha com o esperado pelo mercado. Isso pode renovar o ânimo do mercado, já que em outubro o índice era de 2,9%. Em resumo, embora a inflação da zona do euro esteja alta, a inflação está desacelerando.
Por aqui, ontem, o Ibovespa ontem fechou em alta de 0,68%, a 131.083,82 pontos. Trata-se do maior patamar nominal da história. O principal índice da bolsa superou o fechamento da quinta-feira da semana passada, quando subiu a 130.842 pontos.
Vale lembrar ainda que o dólar fechou em queda em relação ao real. A moeda norte-americana desceu 0,66%, cotada a R$ 4,9048.
Maré positiva para ações brasileiras
Na agenda econômica do morning call de hoje, o destaque, como mencionado, fica por conta da ata do Copom, que traz detalhes da reunião que derrubou a taxa Selic para 11,75% ao ano. A avaliação dos agentes financeiros foi que o tom do comunicado, divulgado simultaneamente com a decisão, foi marcado pela cautela nos rumos da política monetária.
Isso ficou ainda mais evidente depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ter sinalizado a chance de queda dos juros nos Estados Unidos.
Assim, com uma dinâmica global mais favorável, o mercado quer entender as razões pra a moderação do Copom. Entre os pontos que serão avaliados estão se os integrantes do colegiado cogitaram acelerar o ritmo de cortes da Selic em algum momento e se a estratégia de não apressar o passo pode contribuir para afrouxar os juros ainda mais em 2024.
Perspectivas para a bolsa brasileira
Enquanto isso, seguem as revisões de perspectivas para a bolsa brasileira. E as novas projeções indicam um cenário bem favorável para as ações locais.
O Santander Brasil mesmo estimou o Ibovespa a 160 mil pontos ao final de 2024. A valorização do índice de referência do mercado doméstico deve ser puxada, na avaliação do banco, pela queda dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, assim como o aumento do consumo e dos lucros das empresas.
Quais setores estarão em alta? Os analistas do Santander mencionam principalmente que bancos, varejistas e produtoras de bens de consumo, prestadoras de serviços públicos, construtoras e empresas de transporte devem liderar o impulso.
Aliás, essa expectativa de Ibovespa a 160 mil pontos supera o cenário esperado atualmente pelo Itaú BBA. Segundo a equipe de análise técnica do banco de investimentos, o recente rali abriu espaço para o índice buscar objetivos em 137 mil e 150 mil pontos.
A última pontuação, explicam Fabio Perina e equipe, é o patamar a ser perseguido ao longo do ano que vem.
Como escolher as melhores ações?
Mas como escolher as melhores ações nesse cenário? Vale conferir a nossa reportagem sobre papéis que podem subir mais que o Ibovespa em 2024, mesmo com o índice batendo recordes.
Bolsas de Nova York
Importante indicar que as bolsas de Nova York fecharam da seguinte forma: o índice Dow Jones encerrou a sessão praticamente estável, em 37.306,02 pontos, limitado depois de ter fechado em máxima histórica nas últimas sessões. Já o S&P 500 ganhou 0,45%, a 4.740,56 pontos; e o Nasdaq se valorizou 0,61%, a 14.904,81 pontos.
Ásia
Os mercados acionários da Ásia fecharam sem sinal único no morning call desta terça-feira. A praça japonesa foi destaque, em dia de decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), que como esperado manteve os juros.
Já Xangai exibiu quadro bem mais modesto, enquanto Hong Kong caiu, com papel de incorporadoras chinesas novamente sob pressão.
Tóquio
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei avançou 1,41%, a 33.219,39 pontos, encerrando na máxima do dia. O BoJ manteve os juros e destacou o quadro ainda de incertezas, para justificar a política monetária relaxada.
Entre as ações, exportadoras foram apoiadas pela fraqueza do iene. Toyota Motor subiu 0,8%, Nissan Motor teve alta de 0,9% e Honda Motor, de 1,5%.
Xangai e Hong Kong
Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,05%, em 2.932,39 pontos neste morning call. Enquanto isso, a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,12%, a 1.890,90 pontos.
Xangai oscilava em seus níveis mais baixos de fechamento até agora neste ano. Ações ligadas a bebidas subiram, com Kweichow Moutai em alta de 0,8% e Shanxi Xinghuacun Fen Wine Factory, de 0,2%.
Por outro lado, empresas ligadas ao carvão e ao setor imobiliário caíram, com Shanxi Coal International em baixa de 1,1% e Poly Developments, de 1,7%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 0,75%, para 16.505,00 pontos. Incorporadoras também se saíram mal, ao lado de papéis de tecnologia, ainda com cautela entre investidores sobre a recuperação econômica da China em 2024.
Country Garden Services caiu 12%, Longfor Group perdeu 5,5% e Wharf Real Estate Investment Company, 3,7%. No setor tecnológico, Meituan registrou queda de 5,65% e Alibaba Health, de 3,3%.
Em Taiwan, o Taiex caiu 0,43%, a 17.576,55 pontos.
Coreia do Sul
Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 0,07% em Seul, a 2.568,55 pontos neste morning call. A bolsa sul-coreana chegou a recuar, mas ganhou fôlego modesto ao longo do dia. Posco subiu 1,3% e LG Chem teve alta de 0,6%, como a Samsung Electronics. Já Kia caiu 0,1% e SK Hynix perdeu 1,2%.
Oceania
Na Oceania, em Sydney o S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,84%, em 7.489,10 pontos. A bolsa australiana obteve seu fechamento mais alto desde fevereiro, com os 11 setores em alta, inclusive o financeiro. Ações do setor de energia foram apoiadas por ganhos recentes do petróleo.
Com informações de Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo