IF Hoje: Ata do Copom deverá explicar preocupação do BC com situação fiscal

Documento detalha raciocínio do comitê para manter, na semana passada, a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Banco Central divulga na manhã desta terça-feira (13) a ata da última reunião do seu Copom (comitê de política monetária).

Na quarta da semana passada (7), o comitê decidiu, pela terceira reunião seguida, manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano. E passou uma mensagem importante para o mercado financeiro.

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No comunicado em que explicou sua decisão, o Copom foi bastante duro ao salientar que pode voltar a aumentar a taxa Selic caso sua expectativa de desaceleração da inflação não se realize. Ou caso as expectativas do próprio mercado não acompanhem a sua previsão de que o índice de preços de referência vai caminhar para a meta em 2023 e 2024.

Como riscos para a inflação superar as projeções, estão, segundo o comitê, a persistência das pressões inflacionárias globais e a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e a possibilidade de uso, pelo governo, de estímulos fiscais adicionais que levem a mais aumentos de preços.

As incertezas fiscais cresceram com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente. Lula já indicou a sua disposição de gastar mais com benefícios sociais, e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição, desenhada por sua equipe, aumentou a preocupação dos investidores com um descontrole do Orçamento. O primeiro texto apresentado previa desembolsos além do teto de gastos de quase R$ 200 bilhões e as verbas para pagar o Bolsa Família de R$ 600 fora dessa regra por quatro anos. Nesta semana, a Câmara dos Deputados vai votar a versão aprovada no Senado da proposta, que amplia o teto de gastos em R$ 175 bilhões e limita a exceção ao Bolsa Família a dois anos.

Nesse cenário, os analistas do mercado, que vinham prevendo uma redução da taxa de juros a partir do final do primeiro semestre de 2023, entenderam que aumentou a possibilidade de a Selic permanecer no atual nível por mais tempo. A ata, que detalha o raciocínio do Copom, deverá ajudar os investidores a estimar melhor essas pespectivas.

Agenda do dia

  • 8h – Brasil: Ata do Copom
  • 9h – Brasil: Crescimento do setor de serviços (outubro)
  • 10h30 – EUA: Índice de preços ao consumidor (novembro)

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