IF Hoje: Temores com setor bancário, nova (ou não) taxa de juros na União Europeia e arcabouço fiscal estão no radar desta quinta

BCE divulga sua nova taxa de juros, mas diante da crise pode não haver aumento

Sede do BCE em Frankfurt, na Alemanha (Foto: Reuters)
Sede do BCE em Frankfurt, na Alemanha (Foto: Reuters)

A quinta-feira (16) nos mercados deve seguir o tom da semana, de ameaça e temor de aprofundamento da crise no setor financeiro. Não bastasse a quebra de dois bancos americanos de porte regional, o Credit Suisse vem dando sinais de má gestão e viu suas ações derreter nos últimos dias, que somente ontem caíram 24%.

Foi preciso que o Banco Central da Suíça entrasse em cena na tarde ontem, garantindo que o banco atende aos critérios de liquidez e crédito exigidos pela instituição e que, se for necessário, irá fornecer dinheiro para que o banco não quebre. Esse anúncio, ao fim da sessão, reduziu as perdas no Ibovespa.

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BCE

Hoje também é dia de decisão de juros na União Europeia. Por volta das 8h (Horário de Brasília), o BCE deverá anunciar a nova taxa, ou a manutenção dos 2,5% ao ano.

Até a semana passada, o consenso do mercado era de uma elevação de 0,5 ponto percentual, para uma taxa de 3%, com a presidenta do BCE, Christine Lagarde, dando indicação de que irá continuar o aperto monetário para conter a inflação no bloco.

A crise do setor financeiro estourada pelo SVB e agora pelo Credit Suisse, no entanto, está fazendo alguns agentes do mercado colocarem as barbas de molho. Já se especula que, diante da situação, o banco central da zona do euro irá manter as taxas inalteradas nesta reunião. A ver.

Por volta das 8h30 (Brasília), Lagarde fará pronunciamento na sede do banco, em Frankfurt, e explicará a decisão aos jornalistas.

Brasil

No Brasil, os investidores esperam pelo tão sonhado novo arcabouço fiscal, de preferência antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 22, para que este dê um empurrão para a taxa Selic cair.

Os investidores não gostaram da notícia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá divulgar o plano somente na semana que vem, antes de sua viagem para a China, sem dar tempo hábil para o Banco Central incorporar a proposta.

Hoje a novela continua. Ontem Haddad e Tebet entregaram a proposta à Casa Civil e depois ao Planalto. Pode ser que Lula antecipe a aprovação.

Indicadores do dia

Itália reporta o IPC de fevereiro e 12 meses, com projeções de 0,2% no mês e 10,1% no acumulado do ano.

No Brasil, a FGV divulga o IGP-10, com os dados coletados nos 10 primeiros dias de março.

Decisão da Taxa de Juros do Banco Central Europeu, atualmente em 2,5% e com projeção de aumento para 3%.

Balanços do dia

Destaque para o setor de energia: Cemig, Taesa, CPFL, Energisa, Unipar, Fleury, Ecorodovias, Triunfo, Cyrela e EZTec divulgam seus resultados do quarto trimestre após o fechamento do mercado.

Mercado ontem

O Ibovespa terminou o pregão de ontem em leve queda, diferente do restante do dia, quando chegou a retrair mais de 2%, refletindo as incertezas do setor financeiro, com foco na Europa, após o Credit Suisse demonstrar novas dificuldades e seu maior acionista se recusar a injetar mais liquidez.

O Ibovespa fechou o dia em queda de 0,25%, aos 102.675 pontos, pior nível desde 1º de agosto de 2022.

O dólar fechou em alta de 0,70%, a R$ 5,2932, também tendo passado boa parte do dia acima dos 5,30.

Os contratos futuros do petróleo encerraram a quarta-feira em queda firme em meio a forte aversão global a risco, com o Brent – referência da Petrobras para preços – em seu menor nível em 15 meses.

O contrato do petróleo Brent para entrega no mês de maio fechou o dia em queda de 4,85%, negociado a US$ 73,69 o barril.

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