Mercado acompanha ata de reunião atípica do Copom e volta suas atenções para Brasília

Documento do Copom ganha importância porque reunião trouxe substancial aumento da taxa básica de juros

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A terça-feira (17) promete ser bastante importante pois a partir das 8h o Banco Central divulga a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Não foi uma reunião qualquer, por isso, o documento é naturalmente aguardado pelo mercado financeiro. É essa a principal conclusão do morning call de hoje.

Dessa forma, vale lembrar que a última reunião do colegiado foi atípica porque houve aumento de 100 pontos-base na taxa básica de juros do Brasil.

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Então, a Selic saltou de 11,25% ao ano para 12,25%. Assim, o movimento poderia até ser esperado pelo mercado. Mas o que ninguém previa era que o BC indicaria que as duas próximas reuniões decidirão aumento semelhante. Isso se as condições econômicas não se alterarem.

Dessa maneira, a decisão é emblemática também porque marca a transferência de cargo. Assim, a presidência do Banco Central deixa de estar nas mãos de Roberto Campos Neto e passa para Gabriel Galípolo. O economista foi indicado pelo presidente Lula.

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Ou seja, muda-se o presidente, mas o guidance foi antecipado na semana passada. Então, trata-se de um movimento importante que indica o caminho da efetiva independência da autoridade monetária.

Morning call: semana agitada em Brasília

Assim, a semana deve ser agitada também na capital federal. É a última cheia antes do Natal e ano novo.

Dessa maneira, o rito em Brasília indica que votações podem ocorrer já nesta terça-feira. É o caso da regulamentação final da reforma tributária. E de parte do pacote fiscal anunciado pelo ministério da Fazenda mais cedo no mês.

Dessa forma, há expectativa também pela votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É o orçamento de 2025 sem o qual o governo paralisa suas atividades.

A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não deve ser apreciada pelos congressistas no próximo ano.

Então, vamos descobrir como fecharam os mercados nesta segunda-feira

Como foi o fechamento das bolsas

Depois de permanecer em estabilidade ao longo de parte do dia, o Ibovespa incrementou a queda perto do fim do pregão desta segunda-feira, com a disparada dos juros futuros de longo prazo.

O índice recuou 0,84%, aos 123.560 pontos, bem perto da mínima do dia de 123.495 pontos. Ao todo, 58 das 87 ações fecharam no negativo. Na máxima intradiária, ele chegou a tocar os 124.956 pontos.

A última vez que o principal índice da bolsa brasileira fechou abaixo de 124 mil pontos tinha sido em janeiro deste ano. Segundo operadores, o mercado realizou uma nova rodada de elevação dos prêmios de risco com notícias de que não foi definida uma data de votação do pacote fiscal na Câmara, e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi alertado de que precisará entrar em campo para que as medidas não sejam desidratadas.

A estreia das ações da Automob na B3 foi um dos destaques da sessão. Os papéis terminaram com alta de 180,09%, a R$ 0,47. A companhia é resultante da cisão do braço de concessionárias da Vamos. Da mesma forma, os papéis do GPA avançaram 15,61% com notícia de que Nelson Tanure estaria montando posições na empresa por meio de fundos da Reag Investimentos. Apuração do Valor, porém, trouxe que o investidor não teria elevado fatia na empresa agora.

O volume financeiro foi de R$ 16,6 bilhões, abaixo dos R$ 17,1 bilhões vistos na sessão anterior. Já na B3, o giro financeiro foi de R$ 22,7 bilhões.

Em NY, as bolsas apresentaram movimento misto: o Nasdaq subiu 1,24%, o S&P 500 avançou 0,38% e o Dow Jones teve queda de 0,25%.

Morning call: E as bolsas da Ásia?

As bolsas da Ásia fecharam em queda, com perdas na China em meio a sinais de atividade econômica lenta. A cautela antes da decisão do Federal Reserve (Fed) também pesou no sentimento.

No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 0,24% a 39.364,68 e, na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 1,29% a 2.456,81. O índice Hang Seng de Hong Kong perdeu 0,48% a 19.700,48 pontos. Na China continental, o índice Xangai Composto teve queda de 0,73% a 3.361,48 pontos.

Por fim, a bolsa de Seul caiu mais de 1% e liderou as perdas na região, puxada por ações de bateria e defesa, e com cautela antes da reunião de política monetária do Fed.

A expectativa é por um corte de 0,25 ponto percentual na decisão de amanhã.

Com informações do Valor Econômico

Nota da redação: a matéria foi atualizada às 9h10 de terça-feira (17). Foi corrigido um erro que informava que a taxa Selic era de 11,25% ao mês, quando o correto é 11,25% ao ano.

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